Bloomberg Línea — Depois de abrir no positivo, o Ibovespa (IBOV) virou para queda acompanhando o recuo das bolsas americanas. O principal índice da B3 caiu 1,32% nesta terça-feira (8), aos 123.932 pontos.
A aversão a risco generalizada também fortaleceu o dólar, que subiu 1,47% contra o real, cotado a R$ 5,99 – maior valor desde o dia 21 de janeiro. Na máxima do dia, a divisa superou a marca dos R$ 6.

O clima negativo se instaurou ao longo do dia com a falta de um acordo que minimizasse as tensões entre Estados Unidos e China. Os EUA confirmaram nesta terça-feira a cobrança de uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses, totalizando uma taxa de 104%.
A tarifa adicional foi uma resposta à retaliação da China, que anunciou cobrança de 34% sobre os importados americanos após imposição de mesma magnitude por parte de Trump na última semana.
“A ameaça dos EUA de aumentar as tarifas sobre a China é um erro em cima de um erro”, disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado nesta terça-feira. “Se os EUA insistirem em seu próprio caminho, a China lutará até o fim”.
Em Wall Street, os principais índices de ações americanos voltaram a registrar baixa. O S&P500 caiu 1,57% e o Dow Jones recuou 0,84%, enquanto o índice de tecnologia Nasdaq teve a maior alta do dia, de 2,15%.
Mais cedo, o clima era de recuperação na expectativa que alguns acordos fossem fechados antes da implementação das tarifas a partir desta quarta-feira (9).
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que até 70 países estão dispostos a negociar tarifas e que propostas sólidas podem levar a bons acordos. Ainda assim, nada foi anunciado.
Diante desse cenário, a confirmação da tarifa adicional sobre a China foi a deixa para mais um dia turbulento nos mercados.
- Com informações da Bloomberg News.
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