Dólar sobe a R$ 5,87 e Ibovespa cai com risco fiscal e eleição dos EUA no radar

Preocupação de investidores sobre a falta de clareza do plano de cortes de gastos e com o resultado da eleição americana pressionou o real

After Hours
01 de Novembro, 2024 | 06:17 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) registrou o quarto pregão seguido de perdas e o dólar subiu ao maior patamar dos últimos três anos e oito meses, com os investidores reagindo às incertezas sobre a eleição americana e aos riscos fiscais elevados.

O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 1,23%, aos 128.121 pontos, encerrando a semana com perda acumulada de 1,36%. O dólar (USDBRL), por sua vez, avançou 1,38% e fechou cotado a R$ 5,87, depois de atingir R$ 5,8747 na máxima do dia, o maior nível desde março de 2021.

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A falta de clareza sobre os planos de cortes de gastos do governo pressionou a cotação da moeda americana, sem uma definição sobre quando o pacote deve ser anunciado nem quais medidas devem ser adotadas e quais os valores dos cortes.

“O mercado estava muito errado em achar que ia sair qualquer coisa rápida em relação à redução do gasto fiscal”, disse Beto Saadia, diretor de Investimentos da Nomos. “Quanto mais tempo passa, mais o mercado vai se protegendo.”

Além disso, a possibilidade de vitória de Donald Trump na eleição dos EUA, que ocorre na próxima terça-feira (5), tem feito o dólar se valorizar frente a outras divisas.

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O republicano tem prometido adotar tarifas de importação abrangentes, o que reforça a visão de que países produtores de commodities como o Brasil podem ser prejudicados. Além disso, as tarifas podem elevar os preços nos EUA e manter a inflação pressionada, o que levaria a taxas de juros elevadas e favoreceria o dólar.

“Lá fora, não só o real, mas outras moedas estão sofrendo, com destaque para o peso mexicano que hoje está com uma depreciação bastante forte com relação ao dólar”, disse Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora.

Entre os ativos, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 1,36% e foram a maior influência negativa em volume. A Prio (PRIO3) recuou 2,76% e também pesou sobre o Ibovespa.

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Os bancos também tiveram um dia negativo. O Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,56% e o Bradesco (BBDC4) teve perdas de 1,81%, estendendo a baixa da véspera.

A Vale (VALE3) ficou estável, com recuo de 0,05%.

Estados Unidos

Já em Nova York, os índices tiveram uma recuperação, com os investidores ignorando dados econômicos turbulentos e incertezas sobre as eleições, focando na força das empresas americanas.

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O S&P 500 interrompeu uma queda de dois dias, impulsionado por sinais sólidos dos resultados trimestrais de líderes.

As gigantes de tecnologia, que sofreram na véspera, lideraram os ganhos na sexta-feira. A Amazon subiu 6,2% após resultados fortes. A Intel avançou 7,8% com um guidance otimista. A Exxon Mobil e a Chevron superaram as estimativas de lucro, produção e vendas. A Boeing subiu 3,5% com o otimismo de que uma longa greve está perto do fim. A Apple caiu 1,2% após um guidance moderado.

Wall Street evitou dar muita importância aos dados que mostraram que a contratação nos EUA avançou no ritmo mais lento desde 2020 em outubro, enquanto a taxa de desemprego permaneceu baixa.

Os números foram distorcidos por furacões e uma grande greve. O relatório de empregos é o último dado relevante antes da reunião do Federal Reserve na próxima semana e da eleição presidencial em 5 de novembro.

-- Com informações de Bloomberg News.