Dólar se aproxima dos R$ 5,80 e Ibovespa cai com aversão global ao risco

Movimento de selloff nos mercados globais acontece em meio a preocupações sobre o desempenho da economia dos Estados Unidos

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Bloomberg Línea — O dólar diminuiu os ganhos nesta segunda-feira (5), após forte alta pela manhã, em meio à piora do sentimento no mercado global. A cautela levou investidores a buscarem ativos considerados “porto seguro”, dada a preocupação com um pouso forçado nos Estados Unidos.

Por volta das 15h (horário de Brasília), a moeda americana era negociada a R$ 5,72, com queda de 0,20%. A cautela também tomava conta da bolsa brasileira, que cedia 0,63%, aos 125.061 pontos, no mesmo horário.

A sessão é de queda generalizada na bolsa, caso das baixas da ordem de 0,83% da Vale (VALE3) e de 1,5% e 1,7% dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4).

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À medida que as preocupações sobre uma desaceleração econômica nos Estados Unidos se intensifica, os traders aumentaram as apostas de que o Federal Reserve intervirá com um corte de emergência na taxa de juros, colocando as chances em 60% para uma redução de 0,25 ponto percentual antes da próxima reunião, em setembro.

O movimento acontece após dados divulgados na sexta-feira (2) mostrarem o enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA, o que acionou um indicador de recessão amplamente monitorado pelo mercado.

Os índices dos EUA tinham forte queda nesta tarde: o S&P 500 caía 2,61%, enquanto o Nasdaq cedia 2,95% no mesmo horário. Na Ásia, as ações japonesas tiveram a maior queda em uma década.

No Brasil, o relatório Focus, do Banco Central, voltou a apresentar uma revisão para cima nas projeções para a inflação e para o crescimento da economia brasileira.

A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,10% para 4,12%, enquanto as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foram para 2,20%, ante 2,19% no levantamento anterior.

Para 2025, a projeção dos economistas do BC é de crescimento de 1,92% da atividade brasileira, abaixo da expansão de 1,94% esperada na semana anterior.

Nos próximos dias, destaque para a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), para os dados do IPCA de julho e para a safra de balanços do segundo trimestre, com os números de empresas como Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Petrobras.

-- Atualização das cotações às 15h (horário de Brasília)

-- Com informações da Bloomberg News