Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) caiu 2,40% e fechou a 124.610 pontos nesta quinta-feira (28). O movimento foi a maior queda desde 2 de maio de 2023.
O dólar (USDBRL) fechou na máxima nominal histórica pela segunda sessão consecutiva, cotado a R$ 6,01. A moeda americana subiu 1,30%.
O mercado reagiu negativamente ao pacote fiscal anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O plano de contenção de despesas apresentado indica a intenção de atingir uma economia de R$ 71,9 bilhões em dois anos, mas investidores demostraram desconfiança em relação à execução e à aprovação integral das medidas no Congresso. A visão predominante é de que o programa é insuficiente para estabilizar a dívida pública.
As medidas anunciadas pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluem limites para o crescimento do salário mínimo dentro das regras do arcabouço fiscal, e impostos mais altos para pessoas com rendimentos acima de R$ 50 mil mensais, além de um ajuste gradual para redução do abono.
Num dos pontos mais criticados, o governo também decidiu isentar salários de até R$ 5 mil do imposto de renda, o que alimentou o pessimismo, diante do temor de diluição do impacto fiscal do pacote. Haddad disse nesta manhã que essa perda será integralmente compensada e que a reforma do IR será neutra.
O presidente Lula disse que não é possível que mais pobres paguem Imposto de Renda e que governo irá aprovar medidas no Congresso no momento certo.
Em meio às incertezas fiscais, os juros futuros subiram quase 50 pontos na ponta longa da curva, que precifica Selic final de 15% e alta de 88 pontos na próxima reunião. JPMorgan passou a projetar duas altas seguidas de 1pp pelo Copom.
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O Itaú (ITUB4) foi a maior contribuição para a queda do Ibovespa, com perda de 3,6%. A MRV (MRVE3) teve o maior recuo, em queda de 14,1%. A Petrobras (PETR4) recuou 1,03%.
No exterior, os mercados americanos não abriram nesta quinta-feira (28) por causa do feriado do dia de ação de graças.
-- Com informações da Bloomberg News.