Da inflação nos EUA às decisões de bancos centrais: os eventos que movem os mercados

A semana será apertada e com eventos cruciais para que os investidores calibrem suas apostas, da inflação norte-americana ao consumidor à decisão de grandes bancos centrais sobre juros

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
11 de Dezembro, 2023 | 06:14 AM

Barcelona, Espanha — Após seis semanas consecutivas de ganhos, nesta semana os investidores em bolsa devem ficar mais reticentes, atentos a elementos cruciais para a definição de suas apostas de investimentos. Um deles é a inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que sai amanhã, e outro é a bateria de decisões de bancos centrais sobre juros, entre eles o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BOE).

Além disso, sexta-feira é dia de “quadruple witching”, a “hora bruxa” em que vencem, simultaneamente, contratos futuros e de opções sobre índices e ações, gerando muita volatilidade nos mercados.

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🏦 Semana de vereditos. Serão oito bancos centrais decidindo o custo do dinheiro de seus países. A expectativa de analistas é de que mantenham inalterados os juros básicos: o Fed na faixa de 5,25% a 5,50% na quarta-feira e, no dia seguinte, o BCE em 4,00%/4,50% e o BoE em 5,25%. Portanto, o mais importante será a mensagem transmitida pelas autoridades monetárias, isso é, as expectativas que transmitirão sobre futuros cortes nas taxas, sua magnitude e o momento adequado para fazê-lo.

⏸️ Balde de água fria? Os bancos centrais devem tentar esfriar o otimismo do mercado, considerado exacerbado, até mesmo para evitar que um avanço muito rápido das bolsas agora comprometa sua própria evolução em 2024. Em tempo: no Brasil, no mesmo dia do Fed, o Banco Central também arbitra sobre juros. E o México profere sua decisão na quinta-feira.

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📉 Venda em massa. O bitcoin embarca em nova onda de volatilidade. Caiu acentuadamente esta madrugada, mais de 7%, até a faixa dos US$40 mil. Depois reduziu a queda para em torno de US$42 mil. A criptomoeda tem se valorizado este ano na expectativa de que os reguladores permitam os primeiros fundos ETF em bitcoin à vista nos EUA, ampliando a base potencial de investidores nas moedas digitais.

💶 Sinais de fraqueza. A Zona do Euro sucumbirá à sua primeira recessão desde a pandemia, com a economia encolhendo pelo segundo trimestre consecutivo nos últimos meses do ano, aponta uma pesquisa da Bloomberg com analistas. A contração de 0,1% agora prevista entre setembro e dezembro se compara à estimativa de que a produção permaneceria inalterada. Uma leve recuperação é vista no início de 2024.

🇨🇳 Enquanto isso, na China... As ações da China caíram após um relatório publicado no sábado mostrar que os preços ao consumidor recuaram ao ritmo mais acelerado em três anos, enquanto os custos de produção mergulharam ainda mais em território negativo, destacando os desafios enfrentados pela recuperação econômica. “A situação de deflação da China está se aprofundando com o triplo impacto dos preços domésticos de alimentos, correções no preço internacional do petróleo e demanda doméstica fraca’, escreveram economistas do Citigroup, em nota aos clientes.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA recuavam discretamente. Na Europa, a maior parte das bolsas operava no vermelho, com pequenas variações. No fechamento das bolsas da Ásia, os sinais foram mistos, com destaque para a alta de 1,50% do índice Nikkei. O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA subia para 4,25%. Entre as divisas, a maioria das moedas se apreciava frente ao dólar. O ouro baixava e os contratos de petróleo bruto WTI subiam. Já o bitcoin recuava perto de 4%, reduzindo as perdas de mais cedo.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã

🔘 As bolsas na sexta-feira (08/12): Dow Jones Industrials (+0,36%), S&P 500 (+0,41%), Nasdaq Composite (+0,45%), Stoxx 600 (+0,74%), Ibovespa (+0,86%)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.