Diretores do Fed apontaram motivos para cortar o juro na reunião de julho, mostra ata

Ata do Fomc indica que a maioria dos diretores acreditava que seria apropriado cortar taxa na próxima reunião se os dados continuassem a mostrar progresso

Sede do Federal Reserve, em Washington
Por Craig Torres
21 de Agosto, 2024 | 03:46 PM

Bloomberg — Várias autoridades do Federal Reserve reconheceram que havia um argumento plausível para cortar a taxa de juros na reunião de 30 e 31 de julho, antes que o comitê de política monetária do banco central americano votasse unanimemente por manter os juros estáveis.

“Vários [diretores] notaram que o recente progresso da inflação e o aumento da taxa de desemprego forneceram um argumento plausível para reduzir a faixa da meta em 25 pontos-base nesta reunião ou que poderiam ter apoiado tal decisão”, disse a ata da reunião, publicada nesta quarta-feira (21) em Washington.

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“A grande maioria observou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política na próxima reunião.”

A ata da reunião destaca um sentimento crescente entre os formuladores de política monetária de que os riscos para atingir as metas de inflação e de emprego agora são praticamente iguais, mesmo que os custos dos empréstimos permaneçam no maior nível em duas décadas.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, disse durante uma coletiva de imprensa em 31 de julho que o comitê buscava “maior confiança” de que a inflação caminha para a meta de 2% antes de começar a reduzir a taxa de juros.

“A maioria dos participantes observou que os riscos para a meta de emprego haviam aumentado, e muitos participantes observaram que os riscos para a meta de inflação haviam diminuído”, diz a ata.

"Alguns participantes observaram o risco de que uma maior flexibilização gradual das condições do mercado de trabalho poderia levar a uma deterioração mais séria."

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Um relatório mensal de empregos publicado após a reunião mostrou que o crescimento da folha de pagamento não agrícola desacelerou para 114.000 vagas em julho, cerca de metade do ritmo médio dos primeiros seis meses do ano. A taxa de desemprego subiu para 4,3%, a maior desde outubro de 2021.

Os formuladores de política monetária observaram que a inflação havia diminuído e que houve “algum progresso adicional” em direção à meta de 2% nos últimos meses.

"Quase todos os participantes observaram que os fatores que contribuíram para a desinflação recente provavelmente continuariam a pressionar a inflação para baixo nos próximos meses", disse a ata.

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O Índice de Preços ao Consumidor (CPI), excluindo alimentos e energia, subiu 0,2% em julho, e o valor anualizado de três meses, um sinal da tendência de curto prazo, subiu apenas 1,6%, o menor desde fevereiro de 2021.

Powell pode apontar os números mais recentes para argumentar que é improvável que um corte de 0,25 ponto percentual na taxa em setembro estimule a inflação.

O presidente do Fed está programado para falar sobre as perspectivas econômicas na sexta-feira (23), em um simpósio anual organizado pelo Fed de Kansas City em Jackson Hole, em Wyoming.

Desde a divulgação dos dados de emprego e inflação de julho, várias autoridades do Fed disseram que estão se aproximando do momento em que as reduções da taxa de juros serão apropriadas. Os mercados de futuros estão precificando cerca de 100 pontos-base de cortes até o final do ano.

A ata ofereceu pouca orientação sobre quaisquer mudanças na redução contínua do balanço patrimonial do banco central, observando apenas que as autoridades "julgaram que era apropriado continuar o processo de redução dos títulos detidos pelo Federal Reserve".

-- Com a colaboração de Chris Middleton.

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