Head de investimento do Morgan Stanley vê risco para ações de big techs em 2025

Lisa Shalett, CIO para Wealth Management, diz à Bloomberg TV que a desaceleração dos lucros das grandes empresas de tecnologia pode surpreender quem aposta em avanços como em 2024

Lisa Shalett
Por Alexandra Semenova
03 de Janeiro, 2025 | 02:57 PM

Bloomberg — As gigantes da tecnologia de alto desempenho, responsáveis por mais da metade do salto de 23% do S&P 500 no ano passado, provavelmente terão dificuldade para dominar o mercado em 2025, à medida que o crescimento dos lucros desacelera.

A desaceleração dos lucros “pode surpreender alguns dos obstinados que estão apostando nesses números de lucros de dois dígitos muito altos”, disse Lisa Shalett, Chief Investment Officer (CIO) para Wealth Management do Morgan Stanley, em entrevista à Bloomberg TV na quinta-feira (2). “Essa ideia de que elas, como grupo, podem negociar juntas e liderar o mercado pode fracassar em 2025.”

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As ações das chamadas Sete Magníficas — Alphabet (GOOG), Amazon (AMZN), Apple (AAPL), Meta Platforms (META), Microsoft (MSFT), Nvidia (NVDA) e Tesla (TSLA) — devem registrar um aumento combinado nos lucros de 18% neste ano que começa, abaixo dos 34% projetados para 2024, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

Isso pode explicar por que muitos investidores estão cada vez mais cautelosos com o grupo.

O índice Bloomberg Magnificent Seven Total Return caminha para sua quarta sessão consecutiva com um declínio de pelo menos 1%, a mais longa sequência de perdas desta magnitude desde 2022. O índice nunca registrou cinco dias consecutivos com perda de 1% ou mais.

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Leia também: Wall Street precisa se preparar para um possível ‘inverno da inteligência artificial’

Shalett disse esperar que os investidores sejam mais seletivos ao comprar ações de grandes empresas de tecnologia em 2025 e comecem a diferenciar os nomes para escolher os vencedores.

“Estamos chegando a uma parte do ciclo em que as diferenças nas exposições individuais das empresas realmente farão uma diferença”, disse ela, “seja ao falar sobre diferentes exposições” ao crescimento da inteligência artificial em si, seja sobre exposição a riscos antitruste, ou mais recentemente, “tivemos que falar sobre a exposição a um dólar muito forte.”

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Shalett não está sozinha entre os profissionais de Wall Street que veem o fim da corrida das Sete Magníficas.

No Bank of America, Savita Subramanian alertou que as expectativas de crescimento para o grupo se aproximaram de máximas históricas, justamente quando seus lucros devem desacelerar.

Empresas como Goldman Sachs e Citigroup também têm aconselhado os clientes a diversificarem suas carteiras, afastando-se das gigantes da tecnologia.

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A chave para 2025, segundo Shalett, é “ter expectativas realistas” e “escolher ações” entre as demais do S&P 500. “Acho que o que temos que observar é onde algumas das decepções podem estar”, disse ela. “E nosso melhor palpite é que as decepções vão pousar nos locais onde parte do entusiasmo tem sido mais robusto”.

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