Decisão do Fed, Powell e jogada do Tesouro dos EUA: os eventos que movem os mercados

Os investidores também ponderam a atuação do Banco do Japão (BOJ) no mercado de títulos e a dificuldade da economia chinesa de arrancar

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Barcelona, Espanha — Os investidores se preparam hoje para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e os comentários de seu presidente, Jerome Powell. Para muitos analistas, os indicadores mais recentes referendem a manutenção da taxa, com a possibilidade de um aumento em dezembro, a depender das pressões inflacionárias. Os operadores também acompanham a divulgação do novo plano de financiamento do governo dos EUA: o Tesouro aumentará a oferta de títulos?

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🚘 Crescimento forte. A Toyota sustenta sua posição de maior fabricante mundial de veículos e elevou em 50% sua previsão de lucro operacional no ano. A empresa reportou vendas líquidas 24% maiores no trimestre até setembro e obteve lucro recorde de 1,44 trilhão de ienes, acima do esperado (1,1 trilhão de ienes). As ações da empresa subiram 4,7% após o anúncio de recompra de ações no valor de US$ 660 milhões.

🤼‍♀️ Promessa de concorrência. A Advanced Micro Devices (AMD) revelou que seu novo chip de inteligência artificial, o MI300, que compete com produtos da Nvidia e entra no mercado em algumas semanas, deve gerar US$ 2 bilhões em vendas no próximo ano. Esse desempenho pode ajudar a compensar a perspectiva da empresa de vendas menores de jogos de videogames e desaceleração da demanda por chips para sistemas industriais, automotivos e de rede neste trimestre.

⚠️ Veredito contra o Roundup. A Monsanto, da Bayer, foi condenada na Califórnia a pagar US$332 milhões a um ex-agrimensor, que atribui seu câncer ao uso do herbicida Roundup. Essa foi a terceira perda em juízo neste mês. Até então, a empresa teve nove decisões favoráveis consecutivas. A Bayer, que tem reserva de US$16 bilhões para lidar com os litígios, insiste que o Roundup não apresenta risco de câncer, mas promete retirar o produto das lojas até o final deste ano.

🎌 Japão atua. Depois de estabelecer na véspera uma maior flexibilidade para os rendimentos no mercado de dívida, o Banco do Japão fez uma compra não programada para conter o ritmo de alta nesse mercado. O governo também sinalizou que poderia intervir no câmbio para controlar as apostas contra o iene, que teve ontem a maior queda desde abril após a manutenção da taxa de juros negativa no país.

🐉 Perda de dinamismo. A contração da atividade industrial chinesa em outubro se confirmou pela medição do Índice de Gerente de Compras (PMI) Caixin, que caiu para 49,5, de 50,6 em setembro, abaixo da previsão dos economistas de 50,8, indicando que a recuperação está perdendo dinamismo. No setor imobiliário, a incorporadora China Evergrande propôs trocar as dívidas de detentores de títulos offshore por uma participação acionária de 30% em suas subsidiárias, segundo a Reuters.

🪖 Violência cresce. Um ataque israelense a um campo de refugiados em Jabaliya, em Gaza, foi condenado em todo o Oriente Médio enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se prepara para visitar a região no final desta semana.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam em queda. As bolsas europeias por sua vez subiam moderadamente antes da divulgação de balanços importantes como o da varejista britânica Next e da empresa farmacêutica GSK. Na Ásia, o fechamento foi misto. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA, em baixa, era de 4,905%. No mercado cambial, o euro e a libra esterlina se depreciavam frente ao dólar, assim como o iene. O ouro operava com desvalorização, perto de US$2.000, e os contratos de petróleo bruto WTI subiam em torno de 1%, ao redor de US$81 por barril.

(Com informações de Bloomberg News)

🟢 As bolsas ontem (31/10): Dow Jones Industrials (+0,38%), S&P 500 (+0,65%), Nasdaq Composite (+0,48%), Stoxx 600 (+0,59%), Ibovespa (+0,54%)

O fechamento foi positivo no último pregão de um mês marcado por tensão, incertezas e volatilidade. Na véspera da decisão do Fed, os investidores levaram em conta dados econômicos mistos nos EUA, com queda da confiança do consumidor e aumento do custo de mão de obra.

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Na Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: PMI Industrial/Out, Ofertas de Emprego-JOLTs/Set, Pedidos de Hipotecas-MBA, Variação de Empregos Privados-ADP/Out, Gastos de Construção/Set, Preços no Setor Manufatureiro-ISM/Out, Estoques de Petróleo Bruto, Estoques de Petróleo-Cushing

Europa: Reino Unido (PMI Industrial/Out, Índice de Preços de Imóveis-Nationwide/Out); Itália (Licenciamento de Veículos)

• Ásia: Japão (Investimentos Estrangeiros em Ações Japonesas, Base Monetária/Out); Hong Kong (Vendas no Varejo/Set, Decisão da Taxa de Juros)

América Latina: Brasil (Decisão da Taxa Selic, Produção Industrial/Set, PMI Industrial/Out, Fluxo Cambial Estrangeiro, Balança Comercial/Out); México (PMI Industrial/Out)

Bancos centrais: Decisão de Polítcia Monetária-Fed

Balanços: Qualcomm, Sony, Airbnb, AIG, Kraft Heinz, Coca-Cola

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

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