De novo discurso de Powell ao balanço do Softbank: os eventos que movem os mercados

Os investidores também avaliam a mais recente proposta da Adnoc pelo controle da Brasken e o novo remédio da Eli Lilly para diabete que trata a obesidade

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
Por Bianca Ribeiro - Michelly Teixeira
09 de Novembro, 2023 | 07:29 AM

Barcelona, Espanha — Os mercados se movem pelo impasse sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos. Os investidores esperam que hoje o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ofereça um sinal que oriente as expectativas antes da reunião de política monetária de dezembro.

Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.

💲 Proposta renovada. Em uma nova oferta, a Adnoc (Abu Dhabi National Oil Co) propôs adquirir o controle da Braskem por R$37,29 por ação para ficar com a maior parte da fatia de 38,3% detida pela Novonor, que manteria uma participação de 3%, segundo a Bloomberg. Em maio, a Adnoc fez uma oferta conjunta com a Apollo Global Management de R$47 por ação pelo total de ações da petroquímica.

🔻 No vermelho. O Vision Fund do SoftBank apresentou perdas de 258,9 bilhões de ienes (US$1,7 bilhão) no trimestre até setembro, afetado pela redução de valor de algumas de suas empresas investidas, incluindo a WeWork, que acaba de entrar com pedido de recuperação nos EUA. O desempenho do fundo levou o grupo a uma perda líquida de 931,1 bilhões de ienes, abaixo do lucro de 3,03 trilhões ienes apurado um ano antes.

🦾 Previsão baixa. Em seu primeiro balanço desde a abertura de capital, a designer de chips Arm apresentou receita e lucro acima do previsto, mas fez uma previsão de vendas decepcionante (de US$720 milhões a US$800 milhões) para o trimestre corrente, dada a baixa demanda por smartphones. As ações da empresa, onde o SoftBank tem uma participação de 90%, recuavam mais de 6% antes da abertura das bolsas em Nova York.

PUBLICIDADE

💊 Concorrência forte. A Eli Lilly obteve aprovação nos EUA para seu medicamento contra diabetes que trata obesidade, o Zepbound, que chega às farmácias no dia de Ação de Graças, valendo US$1.059,87 (fornecimento por um mês). O valor é mais baixo do que o Wegovy, da Novo Nordisk, e deve acirrar a disputa em um mercado que pode atingir US$100 bilhões até 2030.

🎮 Vendas mais fortes. A resiliência dos consumidores e o iene mais fraco ajudaram o desempenho da Sony no terceiro trimestre, sobretudo na divisão de mídia, e a empresa elevou sua perspectiva anual de vendas líquidas para 12,4 trilhões de ienes (US$82,1 bilhões). A empresa lança hoje uma versão mais fina do console de jogos PS5 e espera um impulso nas vendas de fim de ano.

📈 Rali cripto. O bitcoin subiu mais de 3% nesta manhã e tocou a máxima em 18 meses, movido mais uma vez pela expectativa de que a Securities and Exchange Commission (SEC) dê permissão para que fundos negociados em bolsa possam investir na moeda virtual. Segundo analistas da Bloomberg Intelligence, há 90% de chance de aprovação até 10 de janeiro.

🐉 Deflação chinesa. O indicador de preços ao consumidor da China registrou deflação de -0,2% em outubro, mais do que o esperado, despertando temores de que será preciso mais apoio para recuperar a economia. Os preços ao produtor recuaram pelo 13º mês consecutivo, para uma queda de -2,6%.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam com sinais mistos, assim como as bolsas europeias. Na Ásia, o fechamento tambémmostrou rumos diversos. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA, em alta, era de 4,529%. No mercado cambial, o euro se depreciava frente ao dólar, a libra e o iene se valorizavam. O ouro operava com desvalorização e os contratos de petróleo bruto WTI subiam, cotados ao redor de US$76 por barril.

(Com informações de Bloomberg News)

Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas ontem (8/11): Dow Jones Industrials (-0,12%), S&P 500 (+0,10%), Nasdaq Composite (+0,08%), Stoxx 600 (+0,28%), Ibovespa (-0,08%)%)

As operações foram mornas, com os investidores em busca de um referencial sobre os juros que não apareceu no discurso de Jerome Powell. O presidente do Fed evitou falar sobre o atual ciclo de política monetária, mas voltará a discursar nesta quinta-feira (9).

PUBLICIDADE
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Saldos de reservas com bancos do Fed

Europa: Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Japão e China (Confiança do Consumidor-IPSOS/Nov); Portugal (Balança Comercial/Set)

Ásia: Japão (Massa Monetária/Out, Índice Economy Watchers/Out)

América Latina: México (IPC/Out)

Bancos centrais: Discursos de Jerome Powell (Fed), Christine Lagarde (BCE), Huw Pill (BoE), Relatório Mensal (BCE), Decisão da Taxa de Juros (Banco do México)

Balanços: SoftBank, Petrobras, AstraZeneca, Bradesco, Merck, Honda Motor, Nissan Motor, Rakuten

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Leia também:

Juro menor vai ampliar ainda mais o mercado de dívida, diz CFO do BTG Pactual

Stone e PagSeguro valem 90% menos após Pix e aumento de concorrência

Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.