De notícias corporativas a otimismo com juros: os eventos que movem os mercados

Os operadores estão mais confiantes no fim do aperto monetário nos EUA e repercutem a desistência do grupo Alibaba de um IPO de sua divisão de negócios em nuvem

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Barcelona, Espanha — Os mercados ampliam as perspectivas de encerramento do ciclo de alta de juros após recentes indicadores mostrarem desaceleração da atividade nos Estados Unidos e no Reino Unido. Ao mesmo tempo, os investidores colocam na balança o risco de uma recessão atingir os ganhos das empresas, enquanto monitoram os discursos de outros membros do Federal Reserve (Fed) nesta jornada.

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🔚 Passo atrás. O grupo Alibaba informou que desistiu de seu plano de cisão e listagem em bolsa de seu negócio em nuvem, avaliado em US$11 bilhões, devido às restrições dos EUA às vendas de chips para a China. Após o anúncio, o valor de mercado do Alibaba diminuiu em mais de US$20 bilhões após a queda de 9% das ações em Nova York e o patrimônio de Jack Ma, cofundador da empresa, encolheu US$683 milhões.

⛔ Sem anúncio. A IBM suspendeu sua publicidade no X após seus anúncios terem sido encontrados próximos de postagens promovendo nazismo. A Media Matters divulgou um relatório mostrando anúncios da IBM, da Apple e da Oracle, entre outras empresas, veiculados na rede social ao lado desse tipo de conteúdo. “A IBM tem tolerância zero com discurso de ódio e discriminação e suspendemos imediatamente toda a publicidade no X”, disse um porta-voz da empresa.

🚘 Venda direta. A partir do próximo ano, os carros da Hyundai poderão ser comprados diretamente no site da Amazon nos Estados Unidos, dispensando a necessidade de um revendedor para intermediar a transação. A parceria pode levar outros fabricantes de automóveis a seguirem o exemplo.

🆙 A alta do bitcoin. As expectativas de aprovação regulatória para negociação de fundos de bitcoin em bolsa à vista nos EUA estão gerando uma explosão de negociações com derivativos da moeda. Segundo a Bloomberg, o valor das opções de bitcoin em aberto na Deribit atingiu cerca de US$14,9 bilhões nesta semana, superando o recorde alcançado há dois anos (US$14,4 bilhões), pouco antes de a moeda virtual atingir a máxima de quase US$69.000.

🇨🇳 China amigável. O presidente Xi Jinping prometeu um ambiente mais favorável para as negociações de estrangeiros na China, com melhora dos mecanismos para proteger os direitos dos investidores internacionais. Jinping disse também que pretende melhorar as políticas de entrada e permanência de cidadãos estrangeiros em seu país.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam em alta, assim como as bolsas europeias. Na Ásia, o fechamento dos índices foi misto, com perdas em Hong Kong. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA, em queda, era de 4,400%. No mercado cambial, o euro e a libra se apreciavam pouco em relação ao dólar, enquanto o iene se desvalorizava. O ouro operava em alta, assim como os contratos de petróleo bruto WTI, cotados ao redor de US$73 por barril.

(Com informações de Bloomberg News)

🟢 As bolsas ontem (16/11): Dow Jones Industrials (-0,13%), S&P 500 (+0,12%), Nasdaq Composite (+0,07%), Stoxx 600 (-0,72%), Ibovespa (+1,20%)

O desempenho das bolsas se orientou pela perspectiva de fim do aperto monetário, reforçada por números mais fracos da economia dos EUA. O volume de pedidos de auxílio-desemprego atingiu o maior nível em quase dois anos e a produção industrial caiu mais do que o esperado.

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Na Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Licenças de Construção/Out, Construção de Novas Casas/Out, GDPNow-Fed Atlanta/4T23

Europa: Zona do Euro (IPC/Out, Transações Correntes/Set); Reino Unido (Vendas no Varejo/Out); Espanha (Balança Comercial); Portugal (Transações Correntes/Set)

América Latina: Brasil (IGP-10/(Nov); Argentina (Balança Comercial/Out)

Bancos centrais: Discursos de Mary Daly, Susan Collins e Austan Goolsbee (Fed), Christine Lagarde (BCE), Joachim Nagel (Bundesbank), David Ramsden (BoE)

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

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