De mudanças na OpenAI a expectativas com juros: os eventos que movem os mercados

Os investidores repercutem a troca de comando na empresa do ChatGPT e a vitória de Milei na Argentina enquanto avaliam a perspectiva de fim do aperto monetário nos EUA

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Barcelona, Espanha — Os mercados abrem o dia avaliando as notícias que agitaram o fim de semana, entre elas a troca de comando na OpenAI (ChatGPT). A vitória de Javier Milei na eleição presidencial argentina também está em foco, e os investidores se preparam o balanço da Nvidia e as atas dos últimos encontros do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) na semana que abriga o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.

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📉 Olho no corte de juros. Na última semana, vários diretores do Fed se manifestaram adotando, em geral, um tom mais ameno, o que amparou uma consolidação da visão dos investidores de fim do aperto monetário. Além disso, o mercado já estima em 30% a chance de um corte da taxa de juros a partir de março.

🤖 Sobressaltos na OpenAI. Os investidores estão atentos aos desdobramentos da demissão de Sam Altman e sua substituição no comando da OpenAI determinada pelo conselho da empresa. Segundo a Bloomberg, a CEO interina da empresa, Mira Murati, planejava recontratar Altman, mas, ao mesmo tempo, o conselho da empresa decidiu contratar o ex-chefe do Twitch, Emmett Shear, como CEO. Investidores liderados pela Microsoft e pela Thrive Capital instaram o conselho a renunciar e queriam Altman de volta ao comando.

👍🏻 Sinal favorável. A agência de classificação de riscos Moody’s revisou a perspectiva de classificação de crédito do SoftBank de negativa para estável, devido à redução dos níveis de alavancagem e melhora da transparência. Após o IPO da Arm Holdings, a participação dos ativos listados do SoftBank, que inclui a unidade de telecomunicações do SoftBank e Alibaba, superou 60% do valor total do seu portfólio, como valor de ativos listados excedendo a dívida total em setembro.

🚢 Alerta no Mar Vermelho. Os preços futuros do gás natural dispararam quase 7% na Europa após um navio de um empresário israelense ter sido apreendido neste domingo no Mar Vermelho por rebeldes Houthi apoiados pelo Irã. A notícia ampliou temores de que a guerra entre Israel e o Hamas possa afetar o fluxo de combustível, entre outros itens, em uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo.

🛢️ Sem geopolítica. A Petrobras continuará com sua atual política de preços, fazendo ajustes apenas quando as diretrizes técnicas indicarem a necessidade, segundo avisou o CEO Jean Paul Prates em um post no X neste domingo (19). “Não queremos que a incerteza criada por fatores geopolíticos entre nas casas dos consumidores”, escreveu, após um apelo do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para reduzir os preços do diesel devido ao impacto na inflação.

💸 Queimando reservas. Um levantamento da Fidelity Investments com mais de 45 milhões de contas de aposentadoria nos EUA mostrou que os norte-americanos estão usando cada vez mais suas poupanças destinadas à aposentadoria para cobrir despesas médicas de habitação. Com o aumento do custo de vida, passou de 2,4% para 2,8% o volume de participantes que contraíram empréstimos contra sua conta e de 2,7% para 3,2% os trabalhadores que fizeram retiradas em serviços dessas contas.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam com ligeira alta, enquanto as bolsas europeias mostravam sinais mistos. Na Ásia, o fechamento dos índices foi majoritariamente positivo, com perdas no Nikkei japonês. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA, em alta, era de 4,464%. No mercado cambial, o euro e a libra se apreciavam em relação ao dólar, enquanto o iene se desvalorizava. O ouro operava em queda, enquanto os contratos de petróleo bruto WTI subiam, cotados ao redor de US$76 por barril.

(Com informações de Bloomberg News)

🟢 As bolsas na sexta-feira (17/11): Dow Jones Industrials (+0,01%), S&P 500 (+0,13%), Nasdaq Composite (+0,08%), Stoxx 600 (+1,01%), Ibovespa (+0,11%)

A jornada de movimentos moderados foi orientada por apostas de que o Fed encerrará seu ciclo de aumento de juros para evitar uma recessão nos EUA. O S&P 500 teve sua terceira semana consecutiva de valorização e fechou acima dos 4.500 pontos.

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Na Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado: Argentina, México

EUA: Índice de Indicadores Antecedentes/Out

Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Set); Alemanha (IPP/Out)

América Latina: Brasil (Boletim Focus)

Bancos centrais: Discursos de  Pablo Hernandez de Cos, François Villeroy de Galhau e Boris Vujcic (BCE), Andrew Bailey (BoE), Relatório Mensal (Bundesbank)

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

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