De negócio na Telefónica a riscos no Mar Vermelho: os eventos que movem os mercados

Além de notícias empresariais, os investidores avaliam a possibilidade de que o redirecionamento de embarcações no Mar Vermelho ameace a provisão de combustíveis e também os preços

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
20 de Dezembro, 2023 | 06:53 AM

Barcelona, Espanha — Os investidores estão entre embolsar os ganhos produzidos com o recente rali das ações e seguir a toada de euforia com as apostas no corte de juros em 2024, apesar da campanha dos principais bancos centrais mundiais para esfriar expectativas. Grande parte da atenção se dirige às commodities, sobretudo ao petróleo, ante a perspectiva de mais interrupções no Mar Vermelho.

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🔴 Risco de fornecimento... e de inflação. Os ataques no Mar Vermelho, vinculados à guerra entre Israel e Hamas, causarão atrasos nas remessas e aumentarão o preço das mercadorias, trazendo um novo risco de inflação para a economia. As empresas de transporte estão desviando cargas depois que militantes houthis apoiados pelo Irã atacaram navios comerciais. As embarcações terão que navegar ao redor da África em vez de seguir a rota mais curta pelo Canal de Suez. Esse redirecionamento aumentará os custos de transporte e o tempo de entrega, já que esta é uma das rotas de navegação mais importantes do mundo, transportando cerca de 14% do comércio marítimo global.

🔒 Manobra estratégica. Em um movimento surpreendentemente agressivo, o governo espanhol planeja desembolsar até US$ 2,2 bilhões por 10% da Telefónica, que no Brasil é dona da Vivo. Trata-se de uma tentativa de salvaguardar um dos ativos mais estratégicos do país, à medida que a Arábia Saudita aumenta sua posição na empresa de telecomunicações.

🇬🇧 Bons ventos. Enquanto bancos centrais e operadores fazem um cabo de guerra nas projeções sobre política monetária, a inflação do Reino Unido deu uma boa surpresa aos que apostam que os cortes de juros não tardarão em começar. Lá, os preços subiram +3,9% em novembro, comparativamente ao ano anterior, abaixo dos +4,6% de outubro e melhor que a estimativa do mercado. Nenhum economista havia previsto um aumento de preços inferior a 4,2%.

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✂️ Combustível para apostas dos juros. Um indicador das expectativas das empresas alemãs, divulgado no início desta semana, piorou surpreendentemente em dezembro, enquanto os PMIs da Zona do Euro contraíram-se pelo sétimo mês. Os analistas consultados pela Bloomberg preveem que a região entrará em sua primeira recessão desde a pandemia. Ao mesmo tempo, a inflação da Zona do Euro continua a desacelerar, atingindo 2,4% em novembro, em comparação com um pico acima de 10% no ano passado.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA recuavam modestamente. Na Europa, a maior parte das bolsas caía, também com variações discretas. O FTSE era a exceção, em resposta à últimas leitura sobre a inflação. No fechamento das bolsas da Ásia, os indicadores se dividiram entre mais e menos. O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA recuava para 3,89%. Entre as divisas, euro, libra e iene se depreciavam frente ao dólar. Tanto o ouro como os contratos de petróleo bruto WTI ganhavam valor. O bitcoin se valorizava, situando-se ao redor dos US$42.800.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã

🔘 As bolsas ontem (19/12): Dow Jones Industrials (+0,68%), S&P 500 (+0,59%), Nasdaq Composite (+0,66%), Stoxx 600 (+0,36%), Ibovespa (+0,59%)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.