Da inflação nos EUA a novo aperto da China a techs: os eventos que movem os mercados

Hoje tem PCE, o índice inflacionário preferido do Fed; os investidores também repercutem a menor inflação no Japão e as restrições da China ao setor de games

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Barcelona, Espanha — Os investidores buscam motivos para justificar o rali das ações - e o índice de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) pode dar o combustível que falta ao mercado. O indicador, o preferido do Federal Reserve (Fed) para balizar suas decisões de política monetária, deve exibir um abrandamento em direção à meta inflacionária. Juntamente com os dados de ontem do Produto Interno Bruto (PIB) americano do terceiro trimestre, que foram revisados para baixo, a notícia poderia respaldar ainda mais a perspectiva de cortes dos juros.

Estima-se que o deflator de consumo PCE de novembro caia de +3,0% para +2,8% - e que o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, seja de +3,3%, contra +3,5% da medida anterior.

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🏮 Incentivo para um juro positivo? A inflação do Japão caiu de +3,3% para +2,8%, em linha com o esperado pelos analistas, enquanto o seu núcleo recuou de +2,9% para +2,5%. Mas os preços de serviços subiram 2,3%, o ritmo mais rápido desde outubro de 1993. Os dados serão avaliados com lupa pelos analistas, que buscam pistas sobre quando o banco central japonês, o último bastião das taxas negativas no mundo, poderia elevar seus juros, hoje de -0,1%, e começar a eliminar outros estímulos monetários. Desde 2007 a instituição não sobe o custo de seu dinheiro.

🤖 Novo aperto ao setor tech na China. A China anunciou novas restrições aos jogos online, afetando algumas das maiores ações de tecnologia da região. A Tencent Holdings liderou uma venda maciça de US$ 80 bilhões de ações do setor. Mas a medida também respingou em outros mercados: na Europa, as ações da Prosus NV despencaram quase 20%. O principal órgão regulador de games na China publicou um esboço de regras para reprimir as práticas que incentivam os jogadores a gastar mais dinheiro e tempo online.

👟 Descida vigorosa. A Nike manifestou sua intenção de cortar até US$ 2 bilhões em custos, demitindo funcionários e simplificando a variedade de produtos da gigante do vestuário, em meio a uma perspectiva de vendas mais fracas. Suas ações caíram mais de 10% no pregão de ontem. Nesta manhã, antes da abertura das bolsas, aprofundavam as perdas para mais de 11%.

🛢️ Respingará na inflação? O petróleo ampliou seu maior ganho semanal em dois meses. Os navios de carga têm evitado o Mar Vermelho em meio ao aumento dos ataques, enquanto a saída de Angola da OPEP, após 16 anos, destaca as tensões dentro do grupo de produtores, que busca limitar a produção para sustentar os preços no ano novo.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA declinavam nesta manhã. Na Europa, as bolsas operavam sem rumo definido, com predomínio de ligeiras altas. No fechamento das bolsas da Ásia, os indicadores fecharam em direções opostas, com o Hang Seng amargando a maior perda. O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA hoje caía para 3,86%. Entre as divisas, libra e iene se apreciavam frente ao dólar, enquanto o euro perto da estabilidade. O ouro subia. Os contratos de petróleo bruto WTI avançavam com força. O bitcoin declinava, situando-se ao redor dos US$43.700.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

🔘 As bolsas ontem (21/12): Dow Jones Industrials (+0,87%), S&P 500 (+1,03%), Nasdaq Composite (+1,26%), Stoxx 600 (-0,21%), Ibovespa (+1,05%)