CPI: núcleo da inflação dos EUA registra o menor aumento consecutivo em dois anos

Medida do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) que exclui preços de energia e alimentação subiu 0,2% em julho, em sinal de alívio para o Federal Reserve

Índice de preços CPI é acompanhado de perto enquanto investidores buscam pistas sobre caminho do Fed
10 de Agosto, 2023 | 09:44 AM

Bloomberg Línea — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teve alta de 0,2% em julho. Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) subiu 0,2% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho americano.

Com isso, o núcleo do CPI registra o menor avanço consecutivo em dois anos depois de também registrar aumento de 0,2% em junho. A última vez que o indicador teve dois aumentos seguidos nessa magnitude foi em 2021, quando subiu 0,2% em outubro daquele ano, depois de uma alta de 0,1% no mês anterior.

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

O resultado veio em linha com o esperado por economistas consultados pela Bloomberg, que estimavam um aumento de 0,2% da inflação no mês na leitura geral e de 0,2% para o núcleo.

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Após a divulgação, os índices futuros de ações dos EUA tinham ganhos. Por volta das 9h45 (horário de Brasília), o S&P 500 Futuro subia 0,64%, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha ganhos de 0,93%. O Ibovespa Futuro subia 0,33%.

Em 12 meses, o CPI acumula alta de 3,2% até julho, acima do resultado de junho (3,0%). Já o núcleo teve aumento de 4,7% em 12 meses até julho (ante 4,8% do resultado de junho).

A divulgação do principal índice de inflação dos EUA é crucial para definir o tom do debate sobre a política monetária do Federal Reserve nas próximas semanas.

No fim de julho, o banco central americano subiu as taxas em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 5,25% e 5,50%, levando os juros do país para o maior patamar em 22 anos. A decisão foi unânime.

No comunicado após a decisão, o Fed repetiu que a política monetária tem defasagem e que pode “ajustar a orientação da política conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o alcance de suas metas [de 2% ao ano]”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, também descartou em coletiva um cenário de corte de juros até dezembro, como esperado por parte do mercado.

Powell também fez alertas à inflação ainda elevada nos EUA e deixou a porta aberta para mais um aumento nos juros.

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Investidores, contudo, não esperam mais que o Federal Reserve continue elevando as taxas, após dados mostrarem uma desaceleração da inflação e criação de vagas de emprego abaixo do esperado.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.