Bloomberg — O ciclo de cortes de juros que se iniciou nos mercados emergentes deixa as moedas vulneráveis à depreciação, disse a Columbia Threadneedle Investments, gestora americana que administra cerca de US$ 600 bilhões.
As autoridades monetárias dos países em desenvolvimento começaram o afrouxo após aumentos agressivos, desencadeados por desequilíbrios globais entre oferta e demanda e inflação induzida pela pandemia. Os preços subiram ainda mais após a guerra da Rússia na Ucrânia.
Os bancos centrais proativos ajudaram as moedas dos mercados emergentes a se valorizarem em relação ao dólar durante o ciclo de alta, disse Ed Al-Hussainy, chefe de pesquisa de renda fixa de mercados emergentes na Columbia Threadneedle.
Agora, com a inflação em alguns países perto de ser domada, abriram-se oportunidades para as autoridades monetárias relaxarem.
Mas os movimentos futuros do Federal Reserva ainda são incertos, e uma “grande divergência” de política monetária poderia enfraquecer as moedas dos mercados emergentes, disse ele.
Os bancos centrais do Brasil, Chile e Hungria cortaram juros nas últimas duas semanas, enquanto o Fed aumentou sua taxa básica em 26 de julho para o nível mais alto em 22 anos.
Al-Hussainy disse que se o Fed ainda estiver subindo juros enquanto os mercados emergentes cortam, “existe o risco de que esse processo, que fez as moedas ganharem com as altas de juros, comece a se inverter”.
A América Latina liderou o ciclo de aperto monetário global, levando o real brasileiro e os peso colombiano e mexicano a avanços de dois dígitos em relação ao dólar no primeiro semestre do ano.
O forint, da Hungria, também se fortaleceu durante esse período, com os juros no país, que faz parta da União Europeia mas não da zona do euro, subindo para o nível mais alto do bloco.
No segundo semestre, o apelo das moedas diminui, com as moedas chilena, brasileira e húngara entre as que se depreciaram em relação ao dólar desde o início de julho.
Algumas das principais apostas da Columbia Threadneedle em ativos em moedas locais incluem a Indonésia e a Índia, mas a maior parte do risco assumido na carteira é em moeda forte, com preferência pelos títulos em dólar da Colômbia.
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