Cortes de juros em mercados emergentes geram risco cambial, diz gestora

Columbia Threadneedle, gestora americana de US$ 600 bi, vê risco de inversão do processo que fez essas moedas ganharem com as altas dos juros

Prédio do Banco Central em Brasília
Por Colleen Goko
04 de Agosto, 2023 | 12:09 PM

Bloomberg — O ciclo de cortes de juros que se iniciou nos mercados emergentes deixa as moedas vulneráveis à depreciação, disse a Columbia Threadneedle Investments, gestora americana que administra cerca de US$ 600 bilhões.

As autoridades monetárias dos países em desenvolvimento começaram o afrouxo após aumentos agressivos, desencadeados por desequilíbrios globais entre oferta e demanda e inflação induzida pela pandemia. Os preços subiram ainda mais após a guerra da Rússia na Ucrânia.

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Os bancos centrais proativos ajudaram as moedas dos mercados emergentes a se valorizarem em relação ao dólar durante o ciclo de alta, disse Ed Al-Hussainy, chefe de pesquisa de renda fixa de mercados emergentes na Columbia Threadneedle.

Agora, com a inflação em alguns países perto de ser domada, abriram-se oportunidades para as autoridades monetárias relaxarem.

Mas os movimentos futuros do Federal Reserva ainda são incertos, e uma “grande divergência” de política monetária poderia enfraquecer as moedas dos mercados emergentes, disse ele.

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Os bancos centrais do Brasil, Chile e Hungria cortaram juros nas últimas duas semanas, enquanto o Fed aumentou sua taxa básica em 26 de julho para o nível mais alto em 22 anos.

Forint, Real e peso chileno caíram após cortes dos juros

Al-Hussainy disse que se o Fed ainda estiver subindo juros enquanto os mercados emergentes cortam, “existe o risco de que esse processo, que fez as moedas ganharem com as altas de juros, comece a se inverter”.

A América Latina liderou o ciclo de aperto monetário global, levando o real brasileiro e os peso colombiano e mexicano a avanços de dois dígitos em relação ao dólar no primeiro semestre do ano.

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O forint, da Hungria, também se fortaleceu durante esse período, com os juros no país, que faz parta da União Europeia mas não da zona do euro, subindo para o nível mais alto do bloco.

No segundo semestre, o apelo das moedas diminui, com as moedas chilena, brasileira e húngara entre as que se depreciaram em relação ao dólar desde o início de julho.

Algumas das principais apostas da Columbia Threadneedle em ativos em moedas locais incluem a Indonésia e a Índia, mas a maior parte do risco assumido na carteira é em moeda forte, com preferência pelos títulos em dólar da Colômbia.

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