Bloomberg — Jamie Dimon se diz mais preocupado com a inflação americana do que os mercados.
O CEO do JPMorgan (JPM) disse que pressões significativas sobre os preços ainda influenciam a economia dos Estados Unidos e podem manter os juros elevados por mais tempo do que muitos investidores imaginam.
Ele citou fatores como custos ligados à economia verde, remilitarização, gastos em infraestrutura, disputas comerciais e grandes déficits fiscais.
“Estamos diante de muitas forças inflacionárias”, disse Dimon em entrevista à Bloomberg TV nesta quinta-feira (16). “A inflação subjacente pode não desaparecer da maneira que as pessoas esperam.”
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Os índices S&P 500 e Nasdaq 100 fecharam em níveis recordes na quarta-feira (15), em meio ao otimismo com a flexibilização da política monetária, depois que o núcleo da inflação ao consumidor nos EUA esfriou em abril pela primeira vez em seis meses.
Dimon disse que os mercados estão saudáveis há algum tempo, mas isso não é necessariamente uma garantia para o futuro.
“Se tivermos juros mais altos e – Deus me livre – estagflação, teremos estresse no setor imobiliário, em empresas alavancadas e no crédito privado”, disse Dimon.
“As ações estão muito altas e acho que a chance de a inflação permanecer alta ou os juros subirem é maior do que as pessoas pensam”, disse o CEO do maior banco de Wall Street.
“Minha opinião é que, seja qual for a precificação para um pouso suave, acho que a realidade é provavelmente metade disso. Acho que as chances de algo dar errado são maiores do que as pessoas pensam.”
A geopolítica poderá ser o fator determinante para a economia no próximo ano, segundo o banqueiro.
Dimon já vem alertando há meses que a inflação pode ser mais persistente do que muitos investidores previam.
O JPMorgan tem aumentado a equipe e a remuneração em um momento em que muitos bancos têm feito cortes. O banco teve um sexto ano de receita recorde, mas os últimos meses mostram alguns sinais de pressão.
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