Bloomberg — A sinalização do Federal Reserve esta semana de que as taxas de juros provavelmente diminuirão nos próximos meses enviou uma onda positiva por um setor abalado pela incerteza de mercado este ano: os bancos.
O Índice Bancário KBW disparou 9% em dois dias após a reunião na tarde de quarta-feira, sua melhor alta em quase três anos. Isso ajudou a elevar o índice para o seu nível mais alto desde 8 de março, pouco antes do colapso do Sillicon Valley Bank (SVB). A perspectiva de cortes nas taxas alivia preocupações com perdas não realizadas nas carteiras de títulos dos bancos, competição por depósitos e a saúde geral da economia.
A alta deixou as ações bancárias “fora de patamares previsíveis de valluation”, segundo o analista da Baird, David George. “Não estamos inclinados a perseguir as altas”, acrescentou.
O recente avanço mudou o cenário do desempenho do setor para 2023, elevando ações como as da Fifth Third Bancorp e Western Alliance Bancorp para o território positivo. O rali também impulsionou os ganhos de JPMorgan Chase e Wells Fargo, ambos fechando na quinta-feira em seus níveis mais altos desde o início de 2022.
O Índice Bancário KBW recua nesta sexta-feira, após comentários do presidente do Federal Reserve Bank de Nova York, John Williams, de que falar sobre um corte em março é “prematuro”. O indicador ainda está cerca de 8% acima na semana.
As ações dos bancos foram pressionadas no início deste ano, com a Silvergate Capital anunciando que encerraria suas atividades bancárias, o Silicon Valley Bank entrando em concordata e o Signature Bank falindo. A queda anual do Índice Bancário KBW atingiu uma baixa de 29%, com o setor permanecendo em baixa devido a preocupações com competição por depósitos, propostas regulatórias e possíveis perdas de crédito se a economia vacilar.
Os analistas parecem divididos sobre o rumo das ações. Para as duas dezenas de ações no Índice Bancário KBW, as metas de preço agregadas para os próximos 12 meses agora implicam um retorno ligeiramente negativo, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
O Morgan Stanley manteve uma classificação em linha com o setor até 2024, mas com uma inclinação positiva, chamando as ações de baratas, mas observando a incerteza em torno do crédito. O analista do Wells Fargo, Mike Mayo, disse que a perspectiva para 2024 “envolve uma gama mais ampla de resultados do que em um ano típico” e que é importante se preparar para uma miríade de cenários. O analista da Truist, Brandon King, vê “espaço para avançar” para as ações de bancos regionais e comunitários no próximo ano.
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