Citi e JPMorgan veem retorno de ‘carry trade’ com bancos centrais mais ‘hawkish’

No carry trade, o investidor toma dinheiro emprestado barato em moeda forte e depois investe em outra com rendimentos mais elevados

A atitude hawkish tem se espalhado do Fed para muitos bancos centrais de emergentes
Por Kerim Karakaya
26 de Abril, 2024 | 11:22 AM

Bloomberg — As moedas de mercados emergentes voltarão a ficar atraentes para o carry trade com a postura mais dura de vários bancos centrais de países emergentes, na esteira de um Federal Reserve mais hawkish, segundo estrategistas do Citigroup (C) e JPMorgan (JPM).

“Argumentamos no passado que o carry nos mercados emergentes estava historicamente elevado, mas que provavelmente se normalizaria até meados de 2024. Isso agora parece menos provável, mantendo as cestas de carry mais atraentes”, disseram os estrategistas do Citi, incluindo Dirk Willer.

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“A atitude hawkish [rigorosa com o combate à inflação] tem se espalhado do Fed para muitos bancos centrais de emergentes, o que não é atípico em um ambiente de dólar forte.”

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O sinal mais claro veio do Banco Central do Brasil, ao retirar a indicação de cortes de 0,50 ponto percentual e sugerir uma desaceleração na flexibilização monetária.

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“Mas não foi só o Brasil. Mesmo bancos centrais dos países da Europa Central e Leste Europeu, que poderiam e talvez devessem confiar mais no BCE, estavam alinhando seus discursos mais com a cautela crescente do Fed, em vez da linguagem mais dovish do BCE.”

Gráfico: Carry trade de EM

Em uma decisão surpreendente esta semana, a Indonésia elevou sua taxa básica para uma máxima histórica.

A alta poderá dar o tom a outros bancos centrais de mercados emergentes da Ásia que reforçam suas defesas do câmbio enquanto esperam o início incerto da flexibilização nos EUA.

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No carry trade, o investidor toma dinheiro emprestado barato em moeda forte e depois investe em outra com rendimentos mais elevados.

Os analistas do JPMorgan também disseram que o carry trade permanece significativo nos mercados emergentes e um fator-chave na diferenciação do desempenho cambial.

“O câmbio dos mercados emergentes está se tornando mais atraente à medida que nosso índice de apetite ao risco sinaliza condições de sobrevenda”, disseram estrategistas, incluindo Jonathan Goulden. “O ambiente atual não é ruim para otimistas com câmbio dos mercados emergentes.”

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