Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira, 6 de agosto

Investidores monitoram a situação da economia dos Estados Unidos e a ata da última reunião de política monetária no Brasil

Nasdaq
06 de Agosto, 2024 | 08:38 AM

Bloomberg Línea — Os investidores monitoram nesta terça-feira (6) a situação da economia dos Estados Unidos após um selloff nos mercados.

No Brasil, o foco é a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que afirmou que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”.

Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (6):

1. Fim do tombo?

Uma recuperação dos mercados nesta terça-feira após um início de semana catastrófico já se tornou um padrão que se repetiu diversas vezes. A má notícia é que isso não garante que a derrocada tenha atingido o fundo do poço.

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O comportamento do investidor durante uma forte tendência de queda costuma começar com nervosismo na quinta, corrida para se proteger na sexta e venda generalizada na segunda, de acordo com Brent Donnelly, trader veterano e presidente da empresa de research Spectra Markets.

Nas terça-feiras, o impulso descendente costuma estar pronto para uma ligeira reversão, acrescentou.

Leia também: Colapso global indica, mais que recessão, que ações subiram demais, dizem gestores

Os números históricos apoiam a tese. O padrão já se repetiu 582 vezes desde 1928, com quedas consecutivas entre a quinta-feira e a segunda, e uma recuperação média de 0,2% na terça seguinte, segundo dados compilados pelo estrategista macro Cameron Crise, da Bloomberg.

Quando as perdas intradiárias ultrapassam 1% em cada uma das três sessões anteriores — como aconteceu desta vez — o ganho médio da terça sobe para 0,63%.

2. Ata do Copom

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (6) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu na semana passada de forma unânime pela manutenção da Selic em 10,50% ao ano, pela segunda vez consecutiva.

Reforçando um cenário global de maior incerteza e movimentos cambiais mais abruptos, que exigem maior cautela na condução da política monetária doméstica, o Comitê diz no texto que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno da meta.

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O destaque da ata recai sobre o trecho de que o BC “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”. A autoridade monetária, contudo, não forneceu guidance.

3. Mercados

As ações recuperaram algumas das perdas de ontem nesta terça-feira (6), com os futuros dos EUA registrando ganhos modestos, enquanto os investidores procuram oportunidades após o selloff global.

Após um dos dias mais dramáticos da memória recente, os mercados parecem caminhar para uma normalidade, e muitos investidores avaliam que não há razão para temer uma recessão iminente nos Estados Unidos.

As negociações foram voláteis em alguns mercados. O iene recuou 1,5%, apenas para recuperar a maior parte da perda. As ações europeias apagaram os ganhos iniciais. Enquanto isso, os títulos do Tesouro recuaram, com o rendimento de 10 anos caminhando para o primeiro aumento em quase duas semanas. Já o dólar se fortaleceu.

O Japão continuou a ser o centro da volatilidade, com movimentos bruscos acionando um mecanismo de interrupção das negociações (o circuit breaker) para os futuros do Nikkei. Segundo o JPMorgan, o desmonte do carry trade está apenas 50% completo.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Análise: ‘Existe saída após a fraude na eleição da Venezuela? Disputa segue sendo um confronto intratável’

Folha de S. Paulo: Sonho olímpico reaproximou Tatiana Weston-Webb, ‘gaúcha-havaiana’ prata no surfe, do Brasil

Valor Econômico: Leilões de rodovias devem gerar aportes de R$ 32 bi

O Globo: Medo dos investidores de recessão nos Estados Unidos faz sentido? Analistas respondem

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Balança Comercial;
  • 11h30: GDPNow do Fed de Atlanta;
  • 13h: Perspectiva Energética de Curto Prazo da EIA;
  • 14h: Leilão Americano Note a 3 anos;
  • 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal API;

Brasil:

  • 10h: Produção e Venda de Veículos;
  • 15h: Balança Comercial;

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.