Bloomberg Línea — Nesta terça-feira (23) os investidores reagem à decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) de manter as taxas de juros do país inalteradas, a -0,1%, sem mudar também os parâmetros de controle da curva de rendimentos.
Na China, um pacote de estímulos para o mercado acionário está sendo preparado. Os formuladores de políticas buscam mobilizar cerca de 2 trilhões de yuans (US$ 278 bilhões), principalmente provenientes das contas offshore de empresas estatais chinesas, como parte de um fundo de estabilização para comprar ações onshore por meio da conexão da Bolsa de Hong Kong, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas discutindo um assunto privado.
A Netflix (NFLX), Johnson & Johnson (JNJ) e a Procter & Gamble (PG) devem divulgar resultados trimestrais hoje.
Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (23):
1. O plano da China
As autoridades chinesas consideram um conjunto de medidas para estabilizar o mercado de ações em queda, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, após tentativas anteriores de restaurar a confiança dos investidores terem ficado aquém, levando o Premier Li Qiang a pedir medidas “enérgicas”.
Os formuladores de políticas buscam mobilizar cerca de 2 trilhões de yuans (278 bilhões de dólares), principalmente das contas offshore de empresas estatais chinesas, como parte de um fundo de estabilização para comprar ações onshore por meio da conexão da Bolsa de Hong Kong, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas discutindo um assunto privado.
Eles também reservaram pelo menos 300 bilhões de yuans de fundos locais para investir em ações onshore por meio da China Securities Finance ou da Central Huijin Investment, informaram as pessoas.
Os funcionários também avaliam outras opções e podem anunciar algumas delas ainda nesta semana, se aprovadas pela liderança máxima, disseram as fontes. Os planos ainda estão sujeitos a alterações. A Comissão Reguladora de Valores da China não respondeu a um pedido de comentário.
2. Juros negativos do Japão
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, manteve os investidores no escuro sobre quando ele abolirá a última taxa de juros negativa do mundo, mas deixou pouca dúvida de que essa mudança está em andamento.
O BOJ manteve sua taxa de curto prazo em -0,1% e manteve intactos os parâmetros de controle da curva de rendimentos na terça-feira. Também atualizou suas previsões de preço e crescimento, sem alterações significativas na visão geral de uma economia que se encaminha lentamente para sua primeira elevação de taxa desde 2007.
Após a decisão, Ueda afirmou que qualquer aumento de taxa teria como objetivo inicial manter a política do BOJ favorável à economia e buscar evitar causar muitos distúrbios. Seguindo a linguagem recém-introduzida no relatório trimestral de perspectivas do banco central, o governador afirmou que a certeza de alcançar as projeções do BOJ continua a aumentar gradualmente.
Essa linguagem apoia a visão predominante entre os economistas de que o BOJ aumentará as taxas em algum momento na primeira parte deste ano, com reuniões agendadas para março, abril, junho e julho. A questão é quando isso ocorrerá.
3. Mercados
As ações tiveram pequenas variações em antecipação a uma série de resultados de empresas que devem oferecer insights sobre o estado da economia global.
O índice Stoxx 600 da Europa recuou cerca de 0,3%, impulsionado por empresas de commodities. Os futuros de ações dos EUA ficaram estáveis após outro fechamento recorde na segunda-feira.
Enquanto isso, os mercados chineses se recuperaram após a notícia da Bloomberg de que as autoridades consideram um conjunto de medidas para estabilizar o mercado de ações em queda. No campo das moedas, o iene subiu depois que o Banco do Japão sinalizou que a porta está aberta para um aumento nas taxas de juros em abril.
A temporada de resultados também influenciou as ações na Europa. A Ericsson caiu depois que a empresa sueca alertou que seu mercado fora da China continuará a declinar em 2024. A Swatch Group também recuou após não atingir o recorde de vendas previsto pela administração.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Reedição de velhos cacoetes e alguma inovação: o que dizem economistas sobre o pacote industrial de R$ 300 bi
Folha de S. Paulo: Governo Lula promete plano para reverter cortes em emendas e evitar nova crise com Congresso
O Globo: Nova política industrial baseada em subsídios do BNDES vai funcionar? Economistas opinam
Valor Econômico: Para analistas, plano para indústria ‘é um primeiro passo’, mas faltam detalhes
5. Agenda
Estados Unidos:
- 15h: Leilão Americano de Notas a 2 anos
- 18h30: Relatório Semanal de Estoques de Petróleo Bruto API (American Petroleum Institute)
-- Com informações da Bloomberg News.
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