Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta terça-feira (5) na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que deve mostrar uma desaceleração em relação ao mês anterior.
No cenário corporativo, o Banco Safra questiona na Justiça alguns pontos do plano de recuperação judicial apresentado pela Americanas (AMER3) e abriu litígio no caso, colocando em risco a expectativa da empresa de ver o plano homologado no início de 2024.
Na cena externa, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a perspectiva dos títulos soberanos chineses para negativa.
Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (5):
1. PIB do Brasil
Economistas projetam uma desaceleração do crescimento da economia brasileira para 1,8% no terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, ante dado anterior de 3,4%, e retração de 0,3% sobre o segundo trimestre, quando a economia cresceu 0,9%.
“A agricultura e pecuária provavelmente apagaram parte do avanço de 20% visto no 1º semestre”, diz Adriana Dupita, da Bloomberg Economics. O dado pode calibrar as apostas para a Selic final perto de 9,5% na curva de juros.
2. Moody’s corta perspectiva da China
A Moody’s cortou a perspectiva da China de estável para negativa nesta terça. Segundo a agência de classificação de risco, o país está passando por um crescimento econômico mais lento no médio prazo, além de apresentar riscos no mercado imobiliário.
Ao mesmo tempo, a Moody’s manteve uma classificação de longo prazo “A1″ para os títulos soberanos do país, de acordo com um comunicado. O uso de estímulos fiscais pela China para apoiar os governos locais e sua crescente crise imobiliária apresentam riscos para a economia do país, afirmou a agência de classificação.
O governo expressou seu desacordo logo após o anúncio da mudança de perspectiva, afirmando estar “decepcionado” com a decisão da Moody’s, destacando que a economia do país é “altamente resiliente e possui grande potencial”.
3. Mercados
O mercado de ações opera sem direção única nesta terça-feira, à medida que traders resistem às perspectivas otimistas de que os bancos centrais cortarão as taxas de juros a tempo de evitar uma recessão.
Os títulos alemães sobem após Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu (BCE), informar à Reuters que são improváveis novos aumentos nas taxas de juros.
O índice DAX subia 0,2%, se aproximando de uma alta recorde e superando o índice Stoxx 600, da Europa, que operava estável. As ações de mercados emergentes caíram mais de 1% depois que a Moody’s rebaixou a perspectiva da dívida soberana da China para negativa.
Já em Wall Street, os índices futuros de ações cediam até 0,6% por volta das 8h45 (horário de Brasília).
4. Manchetes dos principais jornais
Estadão: Pisa: notas dos países ricos têm queda histórica em exame; Brasil continua entre os piores
Folha de S. Paulo: Brasil piora em matemática, leitura e ciências após a pandemia, mostra avaliação internacional
O Globo: Brasil está entre os 20 piores em Matemática e Ciências; veja mapa com notas de todos os países
Valor Econômico: Disparada de pedidos faz fila do INSS aumentar e acende alerta
5. Agenda
Brasil:
- 9h: Divulgação do PIB do Brasil
- 10h: Índice PMI Composto S&P Global
Zona do euro:
- 10h20: Discurso de Anneli Tuominen, membro do Conselho Fiscal do BCE
Estados Unidos:
- 11h45: Índice PMI Composto S&P Global
- 12h: Índice PMI ISM
- 12h: Ofertas de Emprego JOLTs
- 17h: Discurso de Michelle Bowman, Membro do FOMC
- 18h30: Relatório semanal de Estoques de Petróleo Bruto API
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