Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira, 22 de outubro

Investidores ficam de olho em discursos de presidente regional do Fed e em declarações de Roberto Campos Neto nos EUA, em entrevista e em evento

Prédio do Fed em Washington: declarações de integrantes do banco central estão no radar de investidores globais
22 de Outubro, 2024 | 08:30 AM

Bloomberg Línea — Investidores nesta terça-feira (22) acompanham um discurso de Patrick Harker, presidente do Fed da Filadélfia, e declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista e em evento do G20 em Washington, nos Estados Unidos.

No cenário corporativo, investidores devem reagir às mudanças na Cosan (CSAN3), que anunciou um novo CEO, além de outras nomeações, ontem depois do fechamento do mercado.

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Leia mais: Cosan promove mudanças no comando e Marcelo Martins assume como CEO

Marcelo Eduardo Martins, atual diretor vice-presidente de Estratégia da companhia e vice-presidente do conselho, teve sua indicação como CEO aprovada e assume no começo de novembro.

Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (22):

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1. Rali distante no Brasil

O início do ciclo de afrouxamento do Federal Reserve deveria ser o tão esperado catalisador para impulsionar uma alta nas ações do Brasil. A unidade local do Santander previu que o índice Ibovespa subiria quase 20% neste ano. Analistas do Bradesco BBI previam ganhos semelhantes.

O Bank of America favoreceu o Brasil em vez do México em suas recomendações, devido a estimativas de desaceleração do crescimento dos EUA, enquanto o Itaú BBA previu um ano de destaque com base em valuations atraentes e crescimento dos lucros.

Em vez disso, as ações brasileiras estão entre as de pior desempenho no mundo no acumulado do ano, levando uma medida de avaliação ao nível mais baixo entre os principais índices de ações e perto do menor patamar em relação ao índice de mercados emergentes em mais de uma década.

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As ações têm ficado muito atrás da maioria dos pares, pressionadas por um governo que aumentou o déficit orçamentário e forçou os formuladores de política monetária a adotarem uma postura rígida para conter as expectativas de inflação, na contramão do movimento global.

As taxas de juros elevadas - a taxa de referência de 10,75% ao ano é mais que o dobro da meta do Fed - estão afastando os investidores das ações e atraem para os títulos do governo.

“As taxas de juros elevadas no Brasil vão manter os investidores locais à margem”, disse Josh Rubin, gestor de portfólio da Thornburg Investment Management. “Não há razão para comprar ações.”

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O Ibovespa tem queda 2,8% neste ano e está entre os dez piores desempenhos do mundo, mas as perdas são ainda maiores em dólar: uma queda de 17%. O Índice de Mercados Emergentes MSCI avança 15% ao considerar os dividendos, enquanto o S&P 500 retorna 24% até o momento.

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2. Corte gradual nos EUA

O presidente do Federal Reserve Bank de Kansas City, Jeffrey Schmid, disse que prefere um ritmo mais lento de reduções nas taxas de juros devido à incerteza sobre até que ponto o banco central dos EUA deve, em última análise, cortar as taxas.

Schmid, em suas primeiras declarações públicas desde agosto, afirmou que espera por um ciclo de política monetária “mais normalizado”, no qual o Fed faça ajustes “modestos” para sustentar o crescimento econômico, preços estáveis e pleno emprego.

Ele ressaltou que um ritmo mais lento de redução das taxas também permitirá ao Fed encontrar um chamado nível neutro — em que a política monetária nem pesa sobre a economia nem a estimula.

“Na ausência de choques importantes, estou otimista de que podemos alcançar esse ciclo, mas acredito que será necessário uma abordagem cautelosa e gradual na política”, disse Schmid na segunda-feira em declarações preparadas para um evento em Kansas City, Missouri.

3. Mercados

Os futuros das ações dos EUA caíram e os títulos do Tesouro se estabilizaram após uma queda mais ampla na segunda-feira, enquanto os traders especulam sobre o rumo das taxas de juros dos EUA.

Os contratos do S&P 500 recuaram, e o índice de ações da Europa caiu 0,70%, liderado pelos setores imobiliário e de serviços públicos, que normalmente sofrem quando o custo de empréstimos aumenta.

O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos subiu um ponto base, para 4,21%, após um aumento de 11 pontos base no início da semana diante da percepção de que Donald Trump surge como favorito na eleição de 5 de novembro e que seu governo tenderia a ser mais inflacionário, com pressão sobre os juros.

4. Manchetes dos sites dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Brasil vai ao Brics de Putin sem Lula, sob desconfiança do Ocidente e cético sobre expansão do bloco

Folha de S. Paulo: Datafolha: Nunes é lembrado por gestão, e Boulos é associado a desejo de mudança

Valor Econômico: Resgate antecipado de debêntures é recorde

O Globo: Povo de Israel: facção do crime cresce nas prisões do Estado do Rio e já chega a 18 mil membros

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 11:00 - Discurso de Patrick Harker, presidente do Fed de Filadélfia
  • 17:30 - Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

Zona do Euro:

  • 11:00 - Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
  • 12:00 - Pronunciamento de Phillip Lane, do BCE
  • 16:15 - Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
  • 17:00 - Pronunciamento de Phillip Lane, do BCE
  • 17:15 - Discurso de Elizabeth McCaul, membro do BCE

-- Com informações da Bloomberg News.