Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira, 18 de junho

Investidores ficam de olho hoje na divulgação de indicadores econômicos no exterior enquanto aguardam a decisão do Copom amanhã (19)

Petrobras
18 de Junho, 2024 | 08:23 AM

Bloomberg Línea — Os investidores estão à espera da decisão de juros no Brasil na quarta-feira (19), enquanto ficam de olho nesta terça (18) na divulgação de índices econômicos de outros países.

Nos Estados Unidos, por exemplo, saem dados sobre a produção industrial, enquanto no Japão é publicada a balança comercial.

No cenário corporativo, a Petrobras (PETR4) decidiu pagar quase US$ 20 bilhões em impostos.

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Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (18):

1. Impostos da Petrobras

A Petrobras concordou em pagar R$ 19,8 bilhões em impostos atrasados ao governo federal em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca aumentar a receita para ajudar a equilibrar o orçamento.

O acordo, aprovado pelo conselho na segunda-feira, é a primeira grande decisão sob a nova CEO Magda Chambriard. O pagamento foi divulgado em um comunicado ao mercado.

Os fundos irão impulsionar os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para eliminar o déficit fiscal primário do Brasil, que exclui pagamentos de juros, este ano. Liquidar as dívidas fiscais pendentes é fundamental para sua estratégia de aumento de receita.

Haddad tem enfrentado uma pressão crescente nas últimas semanas, já que os mercados recuaram devido à preocupação de que ele não conseguiria atingir a meta fiscal. O governo agora enfrenta crescentes pedidos para cortar os gastos públicos de forma a manter os déficits sob controle.

O valor aprovado diz respeito a impostos relacionados ao afretamento de embarcações ou plataformas de petróleo offshore. A Petrobras pagará cerca de R$ 8 bilhões utilizando depósitos judiciais pré-existentes e créditos fiscais. A empresa depositará mais R$ 3,75 bilhões em 30 de junho, com o valor restante dividido em seis parcelas.

2. Cortes de juros nos EUA

O mercado de trabalho dos EUA está em um potencial “ponto de inflexão” e qualquer nova fraqueza na demanda por trabalhadores poderá afetar empregos, não apenas vagas de trabalho, de acordo com economistas do Goldman Sachs.

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A atual força da demanda por trabalho é incerta, com folhas de pagamento não agrícolas saudáveis contrastando com o aumento dos pedidos iniciais e contínuos de seguro-desemprego nas últimas semanas, escreveu o economista Jan Hatzius em uma nota aos clientes.

“O principal motor da demanda por trabalho é a atividade econômica, e o crescimento do PIB desacelerou significativamente”, escreveu Hatzius. Portanto, apesar das projeções “surpreendentemente hawkish” do Federal Reserve na semana passada, “nos sentimos confiantes sobre nossa previsão de dois cortes [de juros]” em setembro e dezembro.

Na semana passada, os membros do Fed reduziram suas expectativas para cortes nas taxas de juros para apenas uma redução este ano, em vez das três previstas anteriormente.

3. Mercados

As ações europeias seguem os ganhos das ações asiáticas, após um rali em grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos levar Wall Street a outro recorde histórico.

O índice Stoxx Europe 600 subia 0,5% por volta da 8h20 (horário de Brasília), apesar de preocupações persistentes sobre a turbulência política na França.

Já os futuros dos EUA operavam estáveis após o S&P 500 avançar para uma nova alta histórica pela 30ª vez neste ano, desafiando as preocupações sobre a baixa amplitude e as taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA.

O índice de referência dos EUA superou 5.470 na segunda-feira, com a Tesla (TSLA) e a Apple (AAPL) liderando os ganhos entre as empresas de grande capitalização. O Nasdaq 100 se aproximou da marca de 20.000 à medida que a Micron Technology subiu para um recorde depois que algumas empresas elevaram suas metas.

Antes do feriado de quarta-feira (19) nos EUA, os traders se preparam para dados de vendas no varejo e uma série de discursos de membros do Federal Reserve.

Ainda no exterior, os investidores manterão um olhar atento sobre as implicações do último movimento de Pequim em suas tensões comerciais com Bruxelas, depois que a China lançou uma investigação antidumping sobre as importações de carne suína da União Europeia.

Isso ocorre enquanto o bloco analisa os subsídios chineses em uma variedade de indústrias e após tarifas sobre as importações de carros elétricos a partir de julho.

Nas commodities, o petróleo manteve o maior avanço em uma semana, pois o sentimento de risco nos mercados ofuscou uma perspectiva mista para a matéria-prima.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Revisão de gastos: equipe econômica avalia medidas imediatas e PEC para ações de médio e longo prazos

Folha de S. Paulo: Projeto de lei Antiaborto por Estupro divide direita, e ala descreve PL como ‘tiro no pé’

Valor Econômico: Taxa sobre compras pode encarecer remédio importado

O Globo: De Odebrecht a Cabral, decisões de Toffoli no STF favoreceram 115 alvos da Lava-Jato em um ano

5. Agenda

Estados Unidos

  • 9h30: Vendas no Varejo;
  • 10h15: Produção Industrial;
  • 11h: Estoques das Empresas;
  • 14h: Leilão de títulos de 20 anos;
  • 17h: Transações Líquidas de Longo Prazo;
  • 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

Zona do Euro:

  • 10h30: Discurso de Luis de Guindos, do BCE;

Japão:

  • 20h50: Balança Comercial Ajustada Exportações;
  • 20h50: Atas da Reunião de Política Monetária;
  • 20h50: Balança Comercial;

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.