Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira, 1º de outubro

Nos EUA, investidores monitoram a divulgação do relatório de emprego Jolts relativo a agosto, de olho em novos sinais que possam orientar as decisões do Fed sobre as taxas de juros

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Bloomberg Línea — Investidores nesta terça-feira (1º de outubro) monitoram a divulgação do relatório Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey) nos Estados Unidos, com dados sobre a abertura de empregos em agosto.

No mesmo tema da economia americana, Larry Fink, CEO da BlackRock, disse acreditar que os cortes de juros precificados pelo mercado estão além do que deveria ser esperado.

Leia também: Powell diz que o Fed caminhará ‘com o tempo’ para taxa de juros mais neutra

A China, por sua vez, acelerou o investimento direto no exterior para níveis recordes, segundo dados divulgados, o que pode ajudar a aliviar críticas às políticas de exportação do país.

Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (1º):

1. Alerta de Larry Fink

O CEO da BlackRock, Larry Fink, afirmou que o mercado exagera na precificação de cortes de juros por parte do Federal Reserve, dado que a economia dos Estados Unidos continua a crescer.

”Eu não vejo nenhum pouso,” disse Fink a Francine Lacqua, da Bloomberg Television, em uma entrevista nesta terça-feira, à margem da conferência Berlin Global Dialogue 2024.

“A quantidade de flexibilização na curva futura é uma loucura. Acho que há espaço para mais flexibilização, mas não tanto quanto essa curva indicaria.”

Os mercados monetários indicam uma chance de um terço de que o Fed adote outro corte de meio ponto percentual em novembro; e precificam um total de cerca de 190 pontos base de relaxamento monetário até o fim do próximo ano. Mas Fink disse que acha difícil isso se concretizar, já que a maioria das políticas governamentais no momento são mais inflacionárias do que deflacionárias.

O Fed reduziu os custos de empréstimos em meio ponto percentual em setembro, o primeiro corte desde 2020 e um movimento maior do que o habitual. Desde então, operadores e analistas têm debatido como as autoridades do Fed abordarão o tamanho e o ritmo da flexibilização nos próximos meses.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou na segunda-feira que o banco central reduzirá as taxas de juros “com o tempo” e ressaltou que a economia dos EUA, em geral, permanece em uma base sólida. Ele também reiterou sua confiança de que a inflação continuará avançando em direção à meta de 2%.

2. China investe

A China acelerou o investimento direto no exterior para níveis recordes, o que pode ajudar a aliviar parte das críticas às políticas de exportação do país, que “invadem” outros mercados.

As companhias chinesas aumentaram seus ativos no exterior em cerca de US$ 71 bilhões no segundo trimestre, segundo dados revisados da autoridade cambial do país. Foi um aporte 80% maior em relação ao mesmo período do ano passado e o valor mais alto da série de dados iniciada em 1998.

Os investimentos foram liderados por setores como veículos elétricos e energia solar. A geração de empregos e o crescimento econômico em outros países - em vez de exportações que concorrem com a indústria local - pode ajudar a aliviar algumas tensões comerciais.

Mas alguns economistas questionaram esses fluxos, e um novo banco de dados compilado pelo Rhodium Group indica que o investimento real tem sido muito menor nos últimos anos.

Os dados oficiais podem estar inflados por considerações financeiras, não por investimento na economia real, segundo analistas liderados por Thilo Hanemann.

3. Mercados

As ações europeias registraram pequenas oscilações e os futuros de ações dos EUA caíram, enquanto os traders aguardavam dados econômicos em busca de novas pistas sobre a perspectiva para as taxas de juros.

O índice Stoxx 600 manteve-se estável, com foco nos dados de inflação da zona do euro em setembro, após a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmar que o banco está mais otimista em relação ao controle das pressões inflacionárias.

Os contratos futuros do S&P 500 caíram perto de 0,10% mais cedo depois que o índice de referência atingiu sua última alta recorde na segunda.

Nos EUA, o S&P 500 garantiu seu quarto trimestre consecutivo de ganhos - a sequência mais longa desde 2021. O Nasdaq 100, concentrado em ações de tecnologia, teve uma trajetória semelhante.

No mercado de commodities, os preços do petróleo caíram, à medida que a perspectiva de retorno da oferta da Líbia compensou os riscos de um conflito mais amplo no Oriente Médio.

4. Manchetes dos sites dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Governo divulga hoje bets autorizadas a operar; apostador pode sacar dinheiro das ilegais até dia 10

Folha de S. Paulo: Israel relata combates contra Hezbollah no sul do Líbano

Valor Econômico: Americanas pediu a funcionários de bancos ajuda em cartas a auditores, diz relatório

O Globo: Eleitores de Marçal convictos, Nunes com rejeição baixa e Boulos sem concorrência: a nova Quaest

5. Agenda

Brasil:

  • 10h: PMI Industrial S&P Global de setembro

Estados Unidos:

  • 10h45: PMI Industrial
  • 11h: Gastos de Construção
  • 11h: Índice ISM de Emprego no Setor Manufatureiro
  • 11h: PMI Industrial ISM
  • 11h: Preços no Setor Manufatureiro ISM
  • 11h: Ofertas de Emprego Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey) de agosto
  • 12h: Discurso de Raphael Bostic, membro do FOMC
  • 13h: GDPNow do Fed de Atlanta
  • 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
  • 19h15: Discurso de Raphael Bostic, membro do FOMC

Zona do Euro:

  • 12h30: Pronunciamento de Isabel Schnabel, do BCE

-- Com informações da Bloomberg News.