Bloomberg Línea — Os investidores aguardam nesta sexta-feira (6) a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll) em busca de sinais sobre o rumo dos juros do Federal Reserve (Fed).
Os dados ajudarão os formuladores de políticas monetárias a avaliarem se a economia dos EUA caminha para um pouso suave ou para uma recessão, após uma semana de números mistos que agitaram os mercados.
Os traders de swaps precificam um corte de 0,25 ponto percentual quando o BC americano se reunir este mês, com uma chance de aproximadamente 35% de uma redução de 0,50pp.
Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a cortar os juros mesmo com a piora na economia.
Confira a seguir cinco destaques desta sexta-feira (6):
1. Payroll
Os analistas preveem que os dados de emprego dos EUA mostrarão um aumento nas contratações e uma leve queda na taxa de desemprego em agosto, indicando uma estabilização após os dados de julho terem gerado preocupações de desaceleração nos mercados financeiros.
A expectativa é de criação de 165 mil vagas no mês passado, após um aumento de 114 mil em julho, de acordo com a estimativa mediana de uma pesquisa da Bloomberg com economistas. Já para o desemprego, a projeção é de queda para 4,2%.
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Os números podem, efetivamente, decidir o tamanho do corte de juros que o Federal Reserve optará por fazer em sua próxima reunião de política monetária nos dias 17 e 18 de setembro. Os investidores estão atualmente precificando cerca de 35 pontos-base de flexibilização, sugerindo que ainda há incerteza se o corte será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.
2. Economia na zona do euro
O Banco Central Europeu não reagirá ao enfraquecimento da economia da zona do euro reduzindo as taxas de juros mais rapidamente, de acordo com uma pesquisa com analistas.
Os entrevistados esperam que o BCE siga o corte inicial da taxa de junho com outra redução na próxima semana, mantendo esse ritmo trimestral até alcançar 2,5% em setembro do próximo ano. Eles acreditam que os juros ficarão nesse nível até 2026.
A autoridade monetária enfrenta uma combinação desafiadora de expansão econômica enfraquecida e fortes pressões subjacentes de preços. O maior atraso no crescimento é a Alemanha, a maior economia da região, onde os fabricantes estão lutando há mais de um ano e os consumidores estão hesitantes em gastar.
A recente fragilidade dentro do bloco “fortalece os argumentos para uma política monetária mais acomodatícia”, disse Dennis Shen, economista da Scope Ratings. Mas “a inflação continua longe de ser vencida”, o que torna o BCE cauteloso.
3. Mercados
Os futuros de ações dos Estados Unidos caem nesta sexta-feira (6), enquanto os investidores se preparam para os dados de emprego (payroll), que serão cruciais para determinar a saúde da economia dos EUA e o tamanho do corte de juros ainda este mês.
Os contratos futuros do índice Nasdaq 100 caíam mais de 1%, enquanto os futuros do S&P 500 apontavam para um quarto dia de quedas.
Na Europa, o índice Stoxx 600 cedia 0,4%, a caminho de sua pior semana desde o colapso no início de agosto. As ações asiáticas apresentaram resultados mistos, enquanto a negociação de ações em Hong Kong foi interrompida devido a um tufão.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Como a bet Esportes da Sorte lavava dinheiro do jogo do bicho, segundo a polícia; dono da empresa é preso
Folha de S. Paulo: Datafolha: Marçal se torna mais conhecido e tem rejeição como obstáculo em meio a ataques de rivais
Valor Econômico: Gasto com Previdência e BPC em 2025 está subestimado, defendem economistas
O Globo: A um mês do voto, São Paulo tem a eleição para prefeito mais acirrada desde a redemocratização
5. Agenda
Estados Unidos:
- 09h30 - Relatório de Emprego (Payroll) não-agrícola (Agosto);
- 09h45 - Discurso de Williams, membro do Fomc;
- 12h - Discurso de Waller, membro do Fed;
- 14h - Contagem de Sondas Baker Hughes;
-- Com informações da Bloomberg News.
