Cinco coisas que você precisa saber para começar esta sexta-feira, 4 de outubro

Investidores ficam de olho no relatório de emprego nos EUA em setembro e na escalada do conflito que envolve Israel no Oriente Médio

O preço do petróleo mais elevado continua no centro das atenções de investidores (Foto: Andrey Rudakov/Bloomberg)
04 de Outubro, 2024 | 08:33 AM

Bloomberg — Nesta sexta-feira (4) investidores monitoram de perto a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll) de setembro, novamente em busca de sinais que possam indicar os próximos passos da política monetária do país.

No cenário global, a situação do Oriente Médio continua a preocupar os traders. O petróleo está a caminho de seu maior aumento semanal em dois anos, devido aos temores de que Israel possa decidir atacar instalações petrolíferas iranianas em retaliação por um ataque com mísseis em seu território.

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Veja a seguir cinco questões para ficar de olho:

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1. Relatório de emprego nos EUA

Os economistas antecipam que a contratação aumentou ligeiramente em setembro versus agosto, enquanto a taxa de desemprego se manteve estável em 4,2%, um resultado que aliviaria quaisquer preocupações persistentes de que a demanda por mão-de-obra esteja se deteriorando.

A folha de pagamento não-agrícola - o payroll - aumentou provavelmente em 150.000 vagas no mês passado, com base na previsão mediana de estimativas em uma pesquisa da Bloomberg. Isso representaria um aumento em relação aos 142.000 de agosto e seria o maior número em quatro meses.

A desaceleração nas contratações e o aumento da taxa de desemprego no início deste ano foram os principais motivos por trás da decisão do Federal Reserve de iniciar sua campanha de flexibilização da política com um grande corte de meio ponto nas taxas de juros no mês passado.

O presidente Jerome Powell reiterou nesta semana que não gostaria de ver um enfraquecimento adicional no mercado de trabalho.

A faixa de previsões para o crescimento da folha de pagamento em setembro é bastante ampla, de 70.000 a 220.000.

Anna Wong, economista-chefe dos EUA na Bloomberg Economics, disse que os ajustes sazonais tornaram o mês particularmente difícil de prever e que o número pode ser surpreendentemente alto. Ela prevê a adição de 188.000 empregos quando o Bureau of Labor Statistics publicar o relatório mensal às 9h30.

2. Petróleo no Oriente Médio

A produção de petróleo do Irã desafiou anos de sanções dos EUA para voltar a quase sua capacidade total — um fluxo de fornecimento que, por outro lado, parece cada vez mais vulnerável à medida que as tensões com Israel aumentam.

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A produção da república islâmica aumentou em um terço nos últimos dois anos, atingindo 3,4 milhões de barris por dia, à medida que os suprimentos com preços reduzidos atraíram compradores chineses, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Faltam apenas algumas centenas de milhares de barris por dia para atingir os níveis bombeados antes de o então presidente Donald Trump adotar sanções em 2018.

Barris extras do Irã conseguiram chegar ao mercado global — ajudando a moderar os preços do petróleo bruto — com a aprovação tácita do governo do presidente dos EUA, Joe Biden. Mesmo com as tensões entre Teerã e Tel Aviv em níveis sem precedentes, em um ano eleitoral, a Casa Branca priorizou o controle dos custos da gasolina em vez de uma aplicação mais rigorosa das sanções.

3. Mercados

As ações europeias e os futuros de ações dos EUA oscilaram perto da estabilidade nesta manhã de sexta-feira (4) antes da divulgação de dados importantes sobre o emprego americano em setembro, que podem esclarecer os próximos passos para as taxas de juros.

Os preços do petróleo estenderam seu rali à medida que os traders acompanham a escalada das hostilidades no Oriente Médio.

As ações em alta do setor de energia ajudaram o índice Stoxx 600 da Europa a subir perto de 0,20%. Os contratos do S&P 500 operavam estáveis.

Os títulos do Tesouro permaneceram firmes após uma onda de liquidação na quinta-feira (3), enquanto um índice de força do dólar estava a caminho do maior ganho semanal em quase seis meses, em meio a apostas reduzidas em cortes agressivos de taxas de juros nos EUA.

Entre as ações, empresas de transporte marítimo europeu caíram, já que os trabalhadores do setor portuário dos EUA concordaram em encerrar uma greve de três dias que havia paralisado o comércio nas costas Leste e do Golfo. A ação da Maersk caiu 6,8%, enquanto a da Hapag-Lloyd despencou 13%. As ações haviam subido com expectativas de que a greve levaria a um aumento nas tarifas de contêineres.

4. Manchetes dos sites dos principais jornais

- Folha de S. Paulo: Debate tem Nunes na mira, troca de acusações e Boulos criticado por Tabata e Marçal

- Estado de S. Paulo: Quem venceu o debate da Globo para a Prefeitura de SP? Veja a análise de colunistas do Estadão

- O Globo: Placar dos colunistas: veja a nota ao desempenho dos candidatos a prefeito de SP no último debate

- Valor Econômico: Debate na TV Globo tem Nunes na defensiva e confronto acirrado entre Boulos e Marçal

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 09:30 - Relatório de Emprego (Payroll) em setembro
  • 10:00 - Discurso de John Williams, membro do FOMC
  • 14:00 - Contagem de Sondas Baker Hughes
  • 14:00 - Contagem Total de Sondas dos EUA por Baker Hughes
  • 16:30 - Petróleo - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC
  • 16:30 - Ouro - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC
  • 16:30 - Nasdaq 100 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC
  • 16:30 - S&P 500 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC

Brasil:

  • 15:00 - Balança Comercial em setembro
  • 16:30 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC

Zona do Euro:

  • 10:10 - Discurso de Frank Elderson, do BCE
  • 16:30 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC

Japão:

  • 16:30 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC

- Com informações da Bloomberg News.