Cinco coisas que você precisa saber para começar esta sexta-feira

Investidores continuam a monitorar conflito entre Israel e o Hamas, ao mesmo tempo em que ficam de olho na Petrobras e nas eleições da Argentina

O presidente do Federal Reserve Jerome Powell
20 de Outubro, 2023 | 08:53 AM

Bloomberg Línea — Em um dia mais esvaziado de indicadores, os investidores continuam a reagir nesta sexta-feira (20) a dados econômicos divulgados durante a semana e também ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

Na quinta-feira (19), Powell sugeriu que o banco central dos Estados Unidos está inclinado a manter as taxas de juros estáveis novamente em sua próxima reunião, ao mesmo tempo em que mantém aberta a possibilidade de um aumento futuro se os formuladores de políticas monetárias observarem mais sinais de crescimento econômico resiliente.

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Ainda na cena externa, a guerra entre Israel e o Hamas continua. O Exército de Israel informou que atacou alvos do Hamas na Faixa de Gaza durante a noite e atingiu posições do Hezbollah em resposta a disparos vindos do Líbano, onde o grupo apoiado pelo Irã tem sua base.

Enquanto isso, os líderes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos se encontraram em Riad nesta sexta — o primeiro encontro público deles em mais de três anos —, indicando um esforço das duas potências regionais para superar as diferenças e lidar com a ameaça de que o conflito entre Israel e o Hamas ganhe mais escala.

Neste domingo (22), os argentinos vão escolher entre Javier Milei, um deputado que prometeu “queimar” o banco central; Patricia Bullrich, de uma coalizão pró-empresarial; e o atual ministro da Economia, Sergio Massa. Milei venceu nas eleições primárias de agosto com cerca de 30% de apoio, apenas alguns pontos percentuais à frente de seus concorrentes.

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Se ninguém alcançar o percentual necessário para vencer neste fim de semana, os dois candidatos mais votados irão para o segundo turno em 19 de novembro.

Os apoiadores de Milei afirmam que seu plano de dolarização total é a melhor opção para normalizar a economia, reduzir a espiral de aumento de preços que levou a inflação a 130% e eliminar a necessidade de carregar pilhas de dinheiro para as compras do dia a dia.

Confira a seguir cinco destaques desta sexta-feira (20):

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1. Petrobras aumenta preço do combustível

A Petrobras aumentou os preços domésticos do diesel devido às preocupações de que o conflito no Oriente Médio continue a exercer pressão sobre o preço do petróleo.

Ao mesmo tempo, a empresa reduziu os preços da gasolina porque a demanda deve diminuir devido a razões sazonais, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira (19). O consumo de gasolina nos Estados Unidos normalmente diminui quando o verão termina e as pessoas dirigem menos.

A Petrobras afirmou que uma combinação dos fundamentos nos mercados internacionais e domésticos, juntamente com sua estratégia comercial de priorizar a participação de mercado no Brasil, resultou nos ajustes de preços divergentes.

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2. Juros nos EUA

Os comentários de Powell, feitos ontem, confirmam as expectativas do mercado de que o Fed vai pular um aumento nas taxas pela segunda reunião consecutiva quando os membros se reunirem nos dias 31 de outubro e 1º de novembro.

O presidente do Fed também disse que o recente aumento nas taxas dos títulos do Tesouro de longo prazo, se persistir, poderia reduzir a necessidade de aumentos adicionais “marginalmente”, ecoando seus colegas e destacando a importância do aperto das condições financeiras para a perspectiva das taxas nos próximos meses.

“Dadas as incertezas e riscos, e o quanto avançamos, o comitê está procedendo com cautela”, disse Powell na quinta-feira no Economic Club de Nova York. “Tomaremos decisões sobre a extensão do fortalecimento adicional da política e quanto tempo a política permanecerá restritiva com base na totalidade dos dados recebidos, na perspectiva em evolução e no equilíbrio de riscos.”

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos caíram após o discurso de Powell, enquanto os rendimentos dos títulos de 10 anos reduziram o aumento que os aproximou da marca de 5%.

“Para novembro, ele claramente enviou um sinal de pausa”, disse Laura Rosner, sócia da Macropolicy Perspectives. “Ele espera que a economia esfrie no quarto trimestre, e os rendimentos estão fazendo parte desse trabalho por eles.”

3. Mercados

Os futuros de ações dos EUA recuavam nesta manhã, enquanto o índice Stoxx 600 da Europa caía 0,9% por volta das 8h40 (horário de Brasília). Os títulos do Tesouro americano subiam, com destaque para os títulos de 10 anos, enquanto o ouro se aproxima de US$ 2.000 a onça. Já o Bitcoin se aproximou de US$ 30.000.

Os investidores estão preocupados com relatos de mais confrontos no Oriente Médio, com o Pentágono relatando um aumento nos ataques com drones no Iraque e na Síria.

Em outras movimentações no mercado de câmbio, a libra esterlina recuou após as vendas no varejo do Reino Unido caírem mais do que o esperado, devido ao clima excepcionalmente quente em setembro, que desestimulou os compradores a gastarem com roupas de inverno.

4. Manchetes dos principais jornais

Estadão: Eliane Cantanhêde: Por que o veto dos Estados Unidos a uma ‘pausa humanitária’ na guerra de Israel?

Folha de S. Paulo: Governo Lula busca unificar discurso em meio a desgaste com guerra e demissão na EBC

O Globo: Caso Abin: PF faz buscas e prisão em investigação de programa secreto que monitorou celulares

Valor Econômico: Israel bombardeia Gaza e evacua cidade perto do Líbano

5. Agenda

Na zona do euro, às 9h30, no horário de Brasília, McCaul, membro do BCE, discursa.

Nos Estados Unidos, às 10h, Patrick Harker, membro do Fomc, discursa. Às 13h15, Loretta Mester, membro do Fomc, discursa. Às 14h, é divulgada a contagem de sondas Baker Hughes. Às 15h, é publicado o balanço orçamentário federal.

Por fim, às 17h30, serão divulgadas as posições líquidas de especuladores nos relatórios da CFTC para petróleo, ouro, Nasdaq 100, S&P 500, real e euro.

-- Com informações da Bloomberg News

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.