Cinco coisas que você precisa saber para começar esta segunda-feira, 4 de novembro

Relatório Focus com apostas em Selic e câmbio mais altos, expectativas sobre decisões de juros nos EUA e no Brasil e eleições americanas marcam a semana dos investidores

Traders work the floor of the New York Stock Exchange on August 16, 2024
04 de Novembro, 2024 | 08:51 AM

Bloomberg Línea — Investidores nesta segunda-feira (4) têm um dia de espera em em relação a uma das semanas mais movimentadas do ano, com eleições nos Estados Unidos na terça-feira (5) e as decisões sobre juros do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira (6) e na quinta-feira (7), respectivamente.

Leia também: Fabricio Bloisi: empresas que fazem o mesmo do passado não estarão aqui em 10 anos

PUBLICIDADE

Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (4):

1. Focus

O relatório Focus do Banco Central (BC) desta semana mostrou alteração em quase todos os indicadores tanto para 2024 quanto para 2025.

Em 2025, os economistas agora veem uma Selic a 10,50% ao ano. Na semana passada, a previsão era de 10,25%. Para 2024, a expectativa para a taxa de juros se manteve a mesma a 11,75% ao ano.

PUBLICIDADE

Os economistas do BC agora enxergam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final deste ano a 4,59%, ante 4,55% na semana passada. Para 2025, o IPCA previsto subiu de 4,00% para 4,03%.

O câmbio para 2024 passou para R$ 5,50, ante R$ 5,45 no relatório anterior. Ao fim de 2025, a previsão é a de R$ 5,43, relativamente mais alto que os R$ 5,40 da semana passada.

A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) não mudou para 2025. Mas, para 2024, saiu de 3,08% para 3,10%.

PUBLICIDADE

2. Decisões sobre juros

É amplamente esperado que o Federal Reserve e muitos dos principais bancos centrais do mundo desenvolvido reduzam novamente as taxas de juros nesta semana e nas próximas, após uma eleição presidencial nos EUA que pode ainda não estar decidida - caso haja a necessidade de recontagem dos votos.

Bancos centrais responsáveis por mais de um terço da economia global definirão os custos de empréstimos após a votação, agarrando-se às poucas certezas que conseguem discernir sobre o provável caminho da política americana para os próximos quatro anos.

Independentemente da eleição, os formuladores de política monetária dos EUA já expressaram o desejo de avançar com um ritmo mais gradual de cortes de juros após a redução de meio ponto em setembro.

PUBLICIDADE

Economistas esperam amplamente um movimento de um quarto de ponto percentual na quinta-feira (7), seguido por outro em dezembro — e essa convicção aumentou após dados de sexta-feira do payroll mostrarem o ritmo mais fraco de contratações desde 2020.

Os membros do Fed iniciaram um ciclo de corte de juros na reta final de uma eleição cujo resultado pode depender de como os eleitores se sentem sobre a economia.

Embora o presidente Jerome Powell provavelmente enfatize que as condições atuais justificam uma política menos restritiva quando falar após a decisão, ele e seus colegas ainda correm o risco de sofrer reações políticas.

Bancos centrais em outros mercados enfrentam uma série de riscos, que vão desde o crescimento econômico lento até a inflação persistente, mesmo antes de considerarem o impacto que a ameaça de tarifas de Trump teria no comércio global.

3. Mercados

Investidores buscam olhar para além dos dados econômicos “ruidosos” e das incertezas sobre uma das eleições mais disputadas da história dos EU, para focar na força das empresas americanas.

O S&P 500 interrompeu uma queda de dois dias em meio a sinais sólidos de empresas de referência da indústria.

As gigantes de tecnologia, que foram as mais afetadas pelas vendas recentes, lideraram os ganhos na sexta-feira (1).

A ação da Amazon subiu 6,2% após resultados considerados sólidos. A Intel teve alta de 7,8% com uma perspectiva otimista. Exxon Mobil e Chevron superaram as estimativas de lucro, produção e vendas. A Boeing subiu 3,5% com o otimismo de que uma longa greve está perto do fim.

Wall Street tentou não interpretar excessivamente os dados que mostraram que as contratações nos EUA avançaram no ritmo mais lento desde 2020 em outubro, enquanto a taxa de desemprego se manteve baixa, pois os números foram distorcidos por furacões graves e uma greve importante.

O rali de cerca de 20% do S&P 500 em 2024 até o fim de outubro foi o mais forte em um ano eleitoral desde 1936, de acordo com estrategistas da Bespoke Investment Group. Historicamente, ganhos dessa magnitude em um período assim costumam ser seguidos por períodos de fim de ano mais fortes que o normal, disseram.

4. Manchetes dos sites dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Kamala ou Trump? Como ficarão os EUA em relação à Ucrânia, China, Brasil e outros temas

Folha de São Paulo: Potencial volta de Donald Trump à Casa Branca deixa Brasil em estado de apreensão

Valor Econômico: Com desafios em comum, propostas de Kamala e Trump levam a dois mundos diferentes nos EUA

O Globo: Empatados nos estados-chave, Kamala aposta nas mulheres, e Trump, nos descontentes

5. Agenda

Brasil:

  • 9:30 - Dívida Líquida/PIB de setembro
  • 9:30 - Balanço Orçamentário de setembro

Zona do Euro:

  • 10:30 - Discurso de Frank Elderson, do BCE
  • 12:15 - Discurso de Elizabeth McCaul, membro do BCE

Estados Unidos:

  • 12:00 - Encomendas à Indústria em setembro
  • 15:00 - Leilão Americano Note a 3 anos

China:

  • 22:45 - PMI do Setor de Serviços Caixin

-- Com informações da Bloomberg News.