Cinco coisas que você precisa saber para começar esta segunda-feira, 23 de setembro

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Bloomberg Línea — Investidores nesta segunda-feira (23) monitoram o Relatório Focus, do Banco Central (BC), em busca de sinais sobre o rumo da Selic até o fim do ano e sobre a inflação no Brasil.

Nos Estados Unidos, analistas e economistas temem que a alta recente nos preços das ações acabe funcionando como “combustível” para um selloff nos mercados.

Na zona do euro, a economia do setor privado encolheu pela primeira vez desde março, com uma contração cada vez mais profunda na indústria, o que ampliar as preocupações de que a recuperação da região tenha perdido força.

Na Ásia, o Banco Popular da China reduziu a taxa de recompra reversa de 14 dias, em linha com as reduções iniciadas em julho.

Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (23):

1. Relatório Focus

O relatório Focus desta semana voltou a apresentar, pela décima semana seguida, uma revisão para cima nas projeções de economistas do mercado para a inflação neste ano.

Os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora alta de 4,37% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, acima dos 4,35% projetados anteriormente.

A estimativa para o crescimento do PIB em 2024 também aumentou, de 2,96% para 3,00%.

As projeções para a Selic também aumentaram e passaram de 11,25% ao ano em dezembro para 11,50%.

Já para o câmbio, os economistas continuam a ver o dólar a R$ 5,40 ao fim do ano.

2. Alta das ações nos EUA pode aumentar selloff

Embora o mercado de ações tenha subido após o aguardado corte de juros do Federal Reserve na semana passada, há uma sensação de inquietação que acompanha esses ganhos.

Charlie McElligott, estrategista de ativos da Nomura Securities, escreveu que mudanças nas expectativas “empurram o mercado para longe do trade de recessão e de volta para o de pouso suave.”

Essa mudança na percepção do mercado, por sua vez, causa uma revalorização forçada e uma busca por exposição, segundo McElligott.

Parte disso é mecânico, com fundos negociados em bolsa (ETFs) alavancados que compram produtos diversos, enquanto fundos que vendem opções cobertas são forçados a recomprar posições vendidas de calls.

Outros investidores que reduziram o risco após o pico de volatilidade em agosto agora têm que comprar em níveis recordes — uma perspectiva desconfortável com uma eleição presidencial acirrada, um cenário macroeconômico incerto e a aproximação da temporada de resultados corporativos.

“Um grande reposicionamento, em última análise, prepara o terreno para a próxima oscilação”, disse McElligott, que acrescentou que a maior assunção de riscos, em algum momento, exige hedge de queda, o que, por sua vez, altera o posicionamento dos dealers no mercado de opções.

3. Mercados

O euro e os rendimentos alemães caíram à medida que dados mais fracos do que o esperado aumentaram a preocupação de que a recuperação econômica da região tenha atingido um impasse, alimentando apostas em cortes de juros mais agressivos pelo Banco Central Europeu.

A moeda comum enfraqueceu até 0,70% em relação ao dólar, a caminho de sua maior queda diária desde junho. A diferença entre os rendimentos de referência da França e da Alemanha atingiu o nível mais alto desde o início de agosto.

As ações europeias oscilaram, com os setores defensivos, como alimentos, telecomunicações, imóveis e utilidades, com os melhores desempenhos.

Os futuros dos EUA apontaram para ganhos modestos em Wall Street, com os índices próximos a recordes após o grande corte de juros do Federal Reserve na semana passada.

Um grupo de discursos de diretores e presidentes regionais do Fed está previsto para a semana. Essa série começa mais tarde nesta segunda-feira com Raphael Bostic (Atlanta) e Austan Goolsbee (Chicago), o que pode levar novas percepções sobre o ritmo e o alcance dos cortes de juros.