Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 4 de julho

Agenda mais esvaziada de indicadores dá espaço para eleições no Reino Unido, ata do BCE e dados da balança comercial no Brasil

Abadia de Westminster, em Londres
04 de Julho, 2024 | 08:36 AM

Bloomberg Línea — Em um dia de agenda mais esvaziada e menor liquidez nos mercados, por conta do feriado de Dia da Independência nos Estados Unidos, investidores monitoram nesta quinta-feira (4) as eleições no Reino Unido e a ata de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

O sentimento também é de otimismo em meio às expectativas de que haja espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve, após dados econômicos dos EUA que apoiam o caso para a flexibilização monetária.

No Brasil, atenção para a balança comercial de junho, que será divulgada às 15h (no horário de Brasília) e para a repercussão da reunião dos ministros da área econômica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de quarta-feira (3).

Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (4):

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1. Eleições no Reino Unido

O Reino Unido vai às urnas nesta quinta-feira e, segundo as pesquisas de opinião, o Partido Trabalhista, de oposição, deve vencer o pleito eleitoral, e o líder Keir Starmer será o novo primeiro-ministro da Grã-Bretanha.

As pesquisas, contudo, divergem quanto à escala da vitória e sobre se o Partido Conservador de Rishi Sunak enfrenta uma ameaça existencial após 14 anos no poder.

Uma vitória esmagadora do Partido Trabalhista é o cenário base, devido à enorme liderança nas pesquisas que o partido mantém há meses, um resultado que era quase impensável depois que Jeremy Corbyn o levou a uma derrota histórica há cinco anos.

As recentes “pesquisas MRP” – grandes pesquisas de âmbito nacional que projetam o resultado por distrito – colocam a maioria do Partido Trabalhista entre 162 e 382 assentos. Esses números deram origem a uma nova expressão na política britânica, a “supermaioria”, que os conservadores usam para alertar contra o que, segundo eles, seria o poder sem controle do Partido Trabalhista.

Embora o controle de dois terços dos 650 assentos da Câmara dos Comuns não ofereça poderes especiais, um partido com tantos votos seria um terremoto político com potencial para muitos abalos secundários. Na extremidade superior da faixa, a sobrevivência do Partido Conservador, com 300 anos de existência, estaria em risco.

Keir Starmer enfrentaria menos oposição externa, mas poderia sofrer pressão interna para ser mais ambicioso e progressista, talvez com mais aumentos de impostos e gastos públicos. Embora a Bloomberg Economics avalie que isso poderia ser um benefício para a economia, a decisão poderia deixar os britânicos ricos nervosos.

2. Juros nos EUA

Ontem, dados de emprego nos Estados Unidos deram mais sinais de desaceleração, um dia depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o mercado de trabalho está esfriando de forma adequada.

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As empresas do setor privado americano contrataram novos funcionários a um nível mais moderado em junho, e o crescimento salarial esfriou, segundo dados do ADP Research Institute.

E dados do governo mostraram que os pedidos recorrentes de auxílio-desemprego aumentaram pela nona semana consecutiva, a sequência mais longa desde 2018, o que indica que um número crescente de pessoas enfrenta dificuldades para encontrar trabalho.

Os dados, às vésperas do principal relatório de emprego do governo (payroll), que será divulgado amanhã (5), sugerem uma demanda mais fraca por trabalhadores.

Também divulgada ontem, a ata do Fomc mostrou que os membros do Fed estavam divididos sobre quanto tempo manter as taxas de juros elevadas em sua última reunião de política monetária.

O documento mostra que os funcionários não esperavam que fosse apropriado reduzir os custos de empréstimos “até que surgissem informações adicionais para dar maior confiança de que a inflação” está no caminho certo para a meta de 2% do BC americano.

3. Mercados

O índice de referência CAC-40, da França, subia pelo segundo dia nesta quinta, antes da rodada final de votações nas eleições parlamentares antecipadas deste fim de semana.

No Reino Unido, a votação está em andamento nas eleições gerais, com a primeira pesquisa oficial de boca de urna esperada logo após as 22h, horário local.

O índice regional Stoxx 600, da Europa, subia 0,6% por volta das 8h35 (horário de Brasília), com ações de bancos liderando os ganhos. Já os contratos futuros de ações dos EUA operavam praticamente estáveis, com os mercados fechados para o Dia da Independência.

As ações globais estão a caminho de sua mais longa sequência de ganhos semanais desde março, impulsionadas por uma série de dados econômicos fracos dos EUA, que reacenderam esperanças de um corte de taxa em setembro.

Dados divulgados na quarta-feira (3) mostraram que o setor de serviços americano recuou no ritmo mais rápido em quatro anos, enquanto o mercado de trabalho apresentou mais sinais de enfraquecimento antes dos principais dados de empregos (payroll) de sexta-feira (5).

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Gribel: ‘Brasil não está na iminência de uma crise, mas falas de Lula levarão economia a espiral negativa’

Folha de S. Paulo: Ala do governo quer desvincular benefícios temporários do salário mínimo e corrigir só pela inflação

Valor Econômico: Piora de câmbio e juros afeta dívidas de empresas e adia recuperação de balanços

O Globo: Impaciência, cálculo eleitoral, conselhos: por que Lula duelou com o mercado e agora recuou

5. Agenda

Brasil:

  • 10h: Produção de Veículos (Jun);
  • 15h: Balança Comercial (Jun);

Estados Unidos:

  • Feriado: Dia da Independência

Zona do euro:

  • 6h: Pronunciamento de Philip Lane, do BCE;
  • 6h35: Discurso de Elizabeth McCaul, membro do BCE;
  • 8h35: Atas da Reunião de Política Monetária;

-- Com informações da Bloomberg News.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.