Bloomberg — Investidores nesta quinta-feira (3) monitoram a divulgação dos dados sobre pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos às vésperas da publicação do relatório de empregos (payroll) de setembro.
Na zona do euro, um novo corte iminente na taxa de juros, que os diretores do Banco Central Europeu consideravam improvável há apenas três semanas, agora parece quase certo quando eles definirem os custos de empréstimos na próxima reunião em 17 de outubro.
Veja a seguir cinco questões para ficar de olho:
1. Efeitos da guerra de Israel
Os mercados globais estão a caminho de registrar sua primeira perda semanal em quatro semanas, enquanto o mundo aguarda uma temida resposta de Israel a um ataque com mísseis do Irã - que reagiu, por sua vez, à invasão terrestre e aos ataques aéreos a alvos do Hezbollah no Líbano.
Aviões de guerra israelenses bombardearam Beirute durante a noite, após oito de seus soldados serem mortos no sul do Líbano em combates contra o Hezbollah. Em meio à incerteza geopolítica, os investidores também aguardam uma série de dados dos EUA — incluindo o importante relatório de empregos em setembro nesta sexta-feira — para obter novos sinais sobre a saúde da economia.
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“Embora o conflito no Oriente Médio seja um evento negativo, do ponto de vista do mercado, isso será secundário em relação à forma como a trajetória de crescimento e a política de afrouxamento monetário do Fed estão impactando os rendimentos dos títulos”, disse Ashok Bhatia, co-diretor de investimentos em renda fixa da Neuberger Berman.
O petróleo do tipo Brent subiu pelo quinto dia consecutivo, aproximando-se de US$ 75 por barril. Os investidores estão preocupados que, caso Israel ataque ativos-chave do Irã, a República Islâmica retalie e intensifique o conflito, envolvendo mais países e potencialmente interrompendo os embarques de energia globais.
“A questão tem sido o quão agressiva será a resposta de Israel e se a infraestrutura energética será impactada”, disse Jun Rong Yeap, estrategista de mercado da IG Asia Pte.
2. Juros do BCE
Um novo corte iminente na taxa de juros, que os diretores do Banco Central Europeu consideravam improvável há apenas três semanas, agora parece quase certo quando eles definirem os custos de empréstimos na próxima reunião em 17 de outubro.
Pesquisas de negócios significativamente negativas, a primeira leitura de inflação abaixo de 2% ao ano em mais de três anos e a tranquilidade proporcionada pela própria mudança do Federal Reserve para uma política de afrouxamento monetário levaram os formuladores de política do BCE a um estágio em que uma redução de um quarto de ponto percentual parece precisar de pouco mais do que uma aprovação formal.
A percepção clara da decisão do BCE deste mês é tão forte que os investidores agora estão precificando uma chance de 90% de que ela aconteça. Economistas que antes estavam unidos na previsão de uma mudança apenas em dezembro mudaram suas opiniões em massa, com analistas do Morgan Stanley e do Barclays entre os que alteraram suas previsões no início desta semana.
3. Mercados
Ações europeias caíram junto com os futuros de ações dos EUA, à medida que o risco de escalada do conflito no Oriente Médio reduziu o apetite por risco, antes da divulgação de dados econômicos que podem esclarecer mais sobre o caminho da política do Federal Reserve. O petróleo bruto estendeu os ganhos.
O índice Stoxx Europe 600 caiu cerca de 0,70%, com todos os setores da indústria no vermelho. Os contratos futuros do S&P 500 e Nasdaq 100 sugeriram uma abertura em baixa em Wall Street, com as ações de empresas chinesas listadas nos EUA recuando após grandes ganhos nesta semana. O índice do dólar da Bloomberg subiu pelo quarto dia, impulsionado pelo aumento nos rendimentos do Tesouro.
Na Europa, as empresas enfrentam ventos contrários adicionais.
O índice CAC 40 da França teve desempenho inferior, caindo até 1%, após o presidente francês Emmanuel Macron apoiar um imposto temporário sobre as maiores empresas do país.
A ação da fabricante de software alemã SAP caiu depois que promotores dos EUA ampliaram uma investigação sobre possível manipulação de preços. As ações da Stellantis recuaram mais de 3% após a empresa reduzir a produção de veículos em seu principal mercado, a Itália.
4. Manchetes dos sites dos principais jornais
- Folha de S. Paulo: Cisjordânia vira frente esquecida da guerra de Israel em meio a cenário de destruição
- Estado de S. Paulo: Ricardo Corrêa: ‘O que Boulos, Nunes e Marçal têm de trunfos para desempatar batalha pelo 2º turno’
- O Globo: Fratura na direita: expoentes do bolsonarismo largam Nunes e embarcam com Marçal
- Valor Econômico: Cidades investem no primeiro semestre R$ 42 bi, alta de 33%
5. Agenda
Estados Unidos:
- 9:30: Pedidos Contínuos por Seguro-Desemprego
- 9:30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
- 10:45: PMI Composto S&P Global
- 10:45: PMI do Setor de Serviços
- 11:00: Encomendas à Indústria
- 11:00: ISM Não-Manufatura: Emprego
- 11:00: PMI ISM Não-Manufatura
- 11:00: ISM Não-Manufatura: Preços
- 11:40: Discurso de Raphael Bostic, membro do FOMC
- 17:30: Fed’s Balance Sheet
Brasil:
- 10:00: PMI Composto S&P Global
- 10:00: PMI do Setor de Serviços S&P Global
- Com informações da Bloomberg News.