Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 22 de agosto

Economia internacional fica no radar dos investidores, que focam em Jackson Hole e antecipam falas de Jerome Powell na sexta-feira (23)

Todos os olhos se voltam para Jerome Powell com o início do simpósio de Jackson Hole
22 de Agosto, 2024 | 08:04 AM

Bloomberg Línea — Começa nesta quinta-feira (22) o simpósio anual de Jackson Hole – evento que ficará no radar dos investidores, especialmente na sexta-feira (23), com a participação do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

Hoje também é publicada a ata da decisão sobre os juros do Banco Central Europeu (BCE), na esteira do Fed, que publicou o relatório sobre a última decisão de política monetária na quarta-feira (21).

O documento mostrou que os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) reconheceram que havia um caso plausível para cortar as taxas de juros na reunião de 30 e 31 de julho antes de o comitê de política monetária do banco central votar unanimemente para mantê-las inalteradas.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (22):

1. Jackson Hole

Começa hoje o Simpósio de Jackson Hole, que dura até o dia 24 de agosto. O evento será monitorado de perto por investidores no mundo todo, com autoridades discutindo temas como juros e a economia global. O destaque é a presença do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira.

O aguardado discurso de Powell ocorre em um momento de alto risco para o banco central dos Estados Unidos e para o mercado de títulos do Tesouro de US$ 27 trilhões.

Powell e seus colegas parecem estar no caminho para reduzir os custos dos empréstimos apenas sete semanas antes da eleição presidencial, uma tarefa que colocará o chefe do Fed e membros do BC dos EUA sob intenso escrutínio público.

2. Salários na zona do euro

Um indicador-chave dos salários da zona do euro caiu, reforçando o argumento para o Banco Central Europeu continuar baixando as taxas de juros no próximo mês.

A remuneração negociada no segundo trimestre subiu 3,6% em relação ao ano anterior, segundo informou o BCE nesta quinta-feira. Isso representa uma queda de 4,7% nos três meses anteriores e veio em linha com as estimativas da Bloomberg Economics, bem como de analistas do Morgan Stanley e do Citi.

Os dados iniciam uma contagem regressiva de três semanas para a reunião de setembro do BCE, na qual os funcionários devem reduzir a taxa de juros pela segunda vez, após a medida inicial de junho. Enquanto isso, os funcionários receberão mais detalhes sobre o salário dos trabalhadores, bem como os dados da inflação deste mês e projeções econômicas até 2025.

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Embora os formuladores de políticas monetárias liderados pela presidente Christine Lagarde tenham deixado pouca dúvida antes de suas férias de verão de que os custos de empréstimo cairiam ainda mais este ano, a incerteza persistente significa que eles não se comprometeram com quando e em quanto será o corte.

3. Mercados

Um índice de ações globais se aproximou de uma alta recorde nesta quinta-feira (22), à medida que os traders ficam cada vez mais confiantes de que o Federal Reserve começará a cortar juros pela primeira vez em mais de quatro anos.

O índice All Country World da MSCI subia 0,2% nesta manhã e era negociado próximo ao seu recorde histórico de fechamento em 16 de julho. Na Europa, o Stoxx 600 subia 0,6% por volta das 7h (horário de Brasília), com o Deutsche Bank em alta após prever um aumento nos resultados do terceiro trimestre. Já os futuros dos EUA operavam de lado.

As crescentes expectativas de cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos apagaram a queda do mercado vista no início de agosto, que foi desencadeada por temores de recessão nos EUA e uma rápida reversão do “carry trade” do iene.

Agora, os investidores estão focados no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, na sexta-feira (23), em busca de mais pistas sobre um possível corte em setembro.

Os traders voltaram a precificar 100 pontos-base de flexibilização este ano, após as revisões de folhas de pagamento e a ata do Fed reforçarem o argumento para taxas mais baixas.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: William Waack: STF considera que ‘judicialização do bem’ foi ‘freio de arrumação’ contra abusos na política

Folha de S. Paulo: Ala do governo Lula teme novas armadilhas do Congresso após acordo sobre emendas

Valor Econômico: Consumo e serviço reduzem investimento mesmo com aumento de receita e lucro

O Globo: Eleições municipais abrem crise entre prefeitos e governadores em diferentes capitais

5. Agenda

Brasil:

  • 9h: Reunião do CMN;
  • 10h30: Receita Tributária Federal;
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro;

Estados Unidos:

  • 9h: Simpósio de Jackson Hole;
  • 9h30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego;
  • 10h45: PMI Industrial;
  • 10h45: PMI Composto S&P Global;
  • 10h45: PMI do Setor de Serviços;
  • 11h: Vendas de Casas Usadas;
  • 14h: Leilão TIPS a 30 anos;
  • 17h30: Fed’s Balance Sheet;

Japão:

  • 20h30: CPI (Mensal).

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.