Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 13 de junho

Investidores nesta quinta-feira (13) continuam a reagir à nova projeção do Fed para os juros, além de reavaliarem as perspectivas para a política fiscal no Brasil

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Bloomberg Línea — Investidores globais nesta quinta-feira (13) continuam a reagir às novas informações da reunião de ontem do Federal Reserve, ao mesmo tempo em que brasileiros monitoram a evolução das perspectivas para a política fiscal no país no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Eles também aguardam a decisão de juro do Banco do Japão (BoJ), prevista para a madrugada - no Ocidente - desta sexta-feira (14).

O dia terá a divulgação de dados sobre a inflação ao produtor dos Estados Unidos, às 9h30 no horário de Brasília.

No Brasil, o Ibovespa (IBOV) tem se descolado do movimento de recordes do S&P 500 e do Nasdaq 100 diante da preocupação crescente de investidores o que entendem como abandono do equilíbrio fiscal.

A uma plateia com investidores estrangeiros, o presidente Lula disse ontem no Rio de Janeiro que o seu governo vai buscar um compromisso fiscal por meio do aumento da arrecadação e da redução da taxa de juros, sem mencionar ajustes pelo lado dos gastos. E disse que espera reduzir a dívida pública sem comprometer a capacidade de investimento do país.

As declarações tiveram repercussão negativa entre investidores no momento em que o governo é questionado sobre o aumento dos gastos e o desequilíbrio fiscal, além de decisões como a edição da medida provisória que restringia o uso de créditos gerados no pagamento de PIS/Confins de forma imediata e sem discussão de impacto com empresas do setor produtivo.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (13):

1. Impacto da decisão do Fed

A mudança nas perspectivas para as taxa do Fed após a decisão de quarta-feira se refletiu nos Treasuries e no dólar. O índice do dólar da Bloomberg subia 0,1% nesta quinta, após cair 0,2% no dia anterior.

As visões dos diferentes membros do Fed sobre o melhor caminho para os custos de empréstimo variaram. O “dot plot” do Fed mostrou que quatro formuladores de políticas não preveem cortes neste ano, enquanto sete antecipavam apenas uma redução, e oito esperavam dois cortes.

“Essas projeções do ‘dot plot’ provavelmente não levam em conta os dados de inflação de maio mais recentes, que foram mais fracos do que o esperado e reverteram parte do aquecimento que vimos no primeiro trimestre”, disse Sonu Varghese do Carson Group. “Ainda achamos que as chances são altas para dois cortes de taxa em 2024 se o processo de desinflação continuar, como esperamos.”

Powell disse que os membros do Fed receberam bem os últimos dados de inflação, acrescentando que espera mais relatórios com tais informações.

Ele afirmou que os números de quarta-feira do CPI de maio ajudaram a aumentar a confiança deles na trajetória da inflação, mas não o suficiente para justificar cortes nas taxas neste momento.

2. Mercados

As ações europeias tiveram uma abertura com queda depois que os mercados asiáticos foram arrastados por um movimento de venda no Japão antes da decisão de política monetária do banco central na sexta-feira. O dólar subiu em relação à maioria de seus principais pares.

O Stoxx 600 teve queda perto de 0,40% enquanto o Topix caiu pelo terceiro dia, preocupado com a possibilidade de o Banco do Japão reduzir as compras de títulos em sua reunião de dois dias.

Outros mercados asiáticos tiveram um desempenho melhor, com as ações subindo na Austrália, em Hong Kong e na Coreia do Sul após um rali dos pares norte-americanos na quarta-feira, quando a inflação em desaceleração foi compensada por informações hawkish do Federal Reserve.

As ações e os títulos do Tesouro dos EUA subiram após um relatório mostrar que o índice de preços ao consumidor subjacente - o núcleo do CPI - caiu para o nível mais baixo em mais de três anos.

Mais tarde, o Federal Reserve previu apenas um corte de um quarto de ponto percentual na taxa de juros neste ano, em comparação com três previstos em março.

3. Juros no Japão

Espera-se amplamente que o Banco do Japão (BOJ) considere reduzir suas compras de títulos na reunião de política monetária desta sexta-feira (14), com investidores também atentos a quaisquer sinais sobre as perspectivas de um aumento da taxa de juros no próximo mês.

O conselho de política monetária do governador Kazuo Ueda manterá sua taxa de referência em uma faixa entre zero e 0,1% na conclusão da reunião de dois dias na sexta, segundo consenso no mercado local. Mais da metade dos economistas consultados pela Bloomberg afirmou que o banco desacelerará o ritmo de compra de títulos de aproximadamente ¥ 6 trilhões (US$ 38,2 bilhões) por mês.

O BOJ provavelmente avaliará se é apropriado reduzir a compra de títulos e melhorar a previsibilidade dessas operações, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg. Uma redução nas compras seria o primeiro passo claro do BOJ em direção ao aperto quantitativo após iniciar o caminho de normalização da política ao encerrar seu programa de estímulo em março.

O iene subiu em resposta aos dados de inflação mais fracos do que o esperado nos EUA na quarta e depois reduziu esses ganhos horas mais tarde, após o Fed divulgar nova projeção para o corte do juro. A moeda japonesa era negociada em torno de 156,80 por dólar na manhã de quinta-feira em Tóquio.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Operação mira rede de 78 hotéis e hospedarias do PCC no centro de São Paulo

Folha de S. Paulo: Líder do governo cobra base, cita ‘faca no pescoço’ e diz que falta comando centralizado a Lula 3

Valor Econômico: Lula e leitura de Haddad isolado ampliam percepção de risco fiscal

O Globo: Veja como vai ficar o rendimento do FGTS com a nova fórmula de correção após decisão do STF

5. Agenda

Brasil:

  • 9h: Vendas no Varejo em abril pelo IBGE
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro

Estados Unidos:

  • 9h30: Pedidos iniciais de auxílio-desemprego na última semana
  • 9h30: PPI
  • 13h: Discurso de Williams, membro do FOMC
  • 13h: Discurso de Janet Yellen, Secretária do Tesouro
  • 14h: Leilão de bonds americanos de 30 anos
  • 17h30: Fed’s Balance Sheet

Zona do Euro:

  • 10h30: Pronunciamento de Isabel Schnabel, do BCE

Japão:

  • 23h30: Declaração de Política Monetária do BOJ

-- Com informações da Bloomberg News.