Bloomberg — Investidores nesta quinta-feira (10) monitoram de perto a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em setembro, em busca de novas informações que possam orientar as apostas sobre as taxas de juros.
No Brasil, são divulgados dados sobre as vendas no varejo em agosto, pelo IBGE.
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Veja a seguir cinco questões para ficar de olho:
1. Inflação dos EUA
Os economistas preveem que as principais medidas de inflação desaceleraram em setembro versus agosto, apesar das pressões de preços em algumas categorias de bens, incluindo carros usados.
O índice de preços ao consumidor e o chamado núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e energia, provavelmente subiram 0,1% e 0,2%, respectivamente, no mês passado, de acordo com as estimativas medianas de uma pesquisa da Bloomberg com economistas. Em ambos os casos, os aumentos mensais seriam uma desaceleração em relação a agosto.
Em termos anuais, espera-se que a medida geral aumente 2,3%, marcando o ritmo mais lento desde o início de 2021. O núcleo da inflação deve mostrar um aumento anual de 3,2% pelo segundo mês consecutivo.
Se os números vierem de acordo com o consenso, é improvável que influenciem significativamente a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve em novembro.
2. O que apontou a ata do Fed
É pouco provável que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, defenda outro grande corte nas taxas de juros por parte do comitê de política monetária enquanto o mercado de trabalho continuar forte.
Em sua entrevista coletiva de imprensa após o Fed ter reduzido a taxa de juros de referência em meio ponto percentual em setembro, para uma faixa entre 4,75% e 5,00%, Powell descreveu a medida como uma recalibração destinada a garantir que o mercado de trabalho permaneça sólido.
A medida rompeu com o gradualismo típico das mudanças nas taxas de juros do Fed. Alguns diretores descreveram seu apoio à medida como derivado dos então recentes dados de inflação, que os convenceram de que a taxa de variação dos preços estava se dirigindo para as meta de 2%.
No entanto a ata da reunião divulgada ontem (9) mostrou que havia preferência entre alguns banqueiros por reduzir as taxas de forma mais gradual, possivelmente porque a economia continua sendo notavelmente resiliente, mesmo diante do que os funcionários do Fed chamam de uma política “restritiva”.
3. Mercados
As ações na Europa e os futuros em Nova York recuaram nesta manhã de quinta-feira e os rendimentos dos títulos americanos subiram levemente, antes da divulgação dos dados de inflação dos EUA, que podem indicar se o Federal Reserve optará de fato por um ritmo mais lento de cortes nas taxas de juros.
O índice Stoxx 600 da Europa e os futuros do S&P 500 caíram cerca de 0,20%, após o principal índice de ações dos EUA ter atingido seu 44º recorde neste ano na véspera.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos se mantiveram acima de 4%, perto dos níveis mais altos desde o final de julho, enquanto o índice do dólar da Bloomberg permaneceu estável após uma sequência de oito dias de ganhos, sua mais longa desde abril de 2022.
4. Manchetes dos sites dos principais jornais
- Folha de S. Paulo: Furacão Milton perde força, mas ainda mantém potencial altamente destrutivo nos EUA
- Estado de S. Paulo: Furacão Milton causa destruição na Flórida, deixa milhões sem luz, mas perde força
- O Globo: Furacão Milton varre a Flórida com ventos de 144km/h e causa alagamento em várias cidades
- Valor Econômico: Fluxo financeiro deverá registrar saída recorde de dólares em 2024
5. Agenda
Brasil:
- 9:00: Vendas no Varejo em agosto pelo IBGE
Estados Unidos:
- 09:30: CPI de setembro
- 09:30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
- 12:00: Discurso de John Williams, membro do FOMC
- 14:00: Leilão Americano Bond a 30 anos
- 15:00: Balanço Orçamentário Federal
- 17:30: Fed’s Balance Sheet
- Com informações da Bloomberg News.