Os investidores reagem nesta quinta-feira (10) a decisão anunciada na véspera pelo presidente americano, Donald Trump, de recuar em seu plano de tarifas, adiadas por 90 dias para a maioria dos países, embora não para a China.
Há “algum alívio, mas a tarifa de 125% sobre importações da China e a incerteza em torno das negociações e outros efeitos colaterais dessa volatilidade podem manter um prêmio de risco na maioria dos ativos”, disse Rajeev De Mello, diretor de investimentos da Gama Asset Management.
“Isso não é o fim da guerra comercial, longe disso”, disse Susana Cruz, estrategista da Panmure Liberum.
Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (9 de abril):
1. Aposta em crédito e impulso do governo
A maior disponibilidade de alternativas de crédito, como o consignado privado, e a disposição de varejistas de apostar em eletrodomésticos podem evitar uma queda nas vendas de bens duráveis em 2025, mesmo diante das taxas de juros elevadas e das incertezas no cenário internacional.
Essa é a visão de Gustavo Ambar, VP para a América Latina e General Manager da operação brasileira da Whirlpool, gigante global de eletrodomésticos dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid.
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Em entrevista à Bloomberg Línea, o executivo disse que a procura de consumidores por eletrodomésticos mais modernos, e com maior eficiência energética, pode ajudar a manter a demanda aquecida.
“Estamos trabalhando com o governo para que destrave alternativas de auxílio ao consumo”, contou o executivo.
2. Semelhanças entre as tarifas de Trump e o Brexit
As políticas tarifárias de Donald Trump têm o potencial de ser o maior evento econômico de nossas vidas, disse Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital, que alertou que revertê-las ainda pode ter consequências.
“Considero os desenvolvimentos tarifários até agora como o que os fãs de futebol chamam de gol contra”, escreveu ele em uma nota na quarta-feira. “Eles são altamente análogos ao Brexit, e sabemos como foi o resultado”.
“O Brexit custou muito caro aos britânicos em termos de PIB, moral e alianças, e prejudicou sua reputação de governança e estabilidade”.
3. Mercados
As ações europeias estavam sob pressão desde que Trump anunciou tarifas generalizadas na semana passada, incluindo aumentos sobre a União Europeia.
O índice Stoxx Europe 600 estava 6% mais alto às 8h50 em Londres, com todos os setores no positivo, liderados pelos bancos e mineradoras. O CAC 40 da França saltou 6% e o DAX da Alemanha disparou 7%.
Se os ganhos se mantiverem até o final do dia, as ações europeias terão recuperado cerca de metade das perdas acumuladas desde o fechamento recorde no início de março.
4. Manchetes dos sites dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Pausa em tarifa afasta temor de recessão global, mas guerra comercial dos EUA com a China ainda preocupa
Folha de São Paulo: Bolsas na Ásia fecham em alta após Trump suspender tarifas; mercados da Europa abrem em disparada
Valor Econômico: Bolsas da Europa e da Ásia têm forte alta um dia após decisão de Trump; futuros de NY iniciam em queda
O Globo: ‘Rali do alívio’: Bolsas na Ásia fecham em alta, e mercados na Europa disparam na abertura de hoje
5. Agenda
Brasil
- 09:00: PMS: Volume de Serviços (YoY %)
- 14:30: Fluxo Cambial Semanal
EUA
- 09:30: CPI (YoY %)
- 09:30: Pedidos de auxílio desemprego (mil)
- 13:00: Discurso de A. Goolsbee (Fed Chicago)
- 13:30: Discurso de P. Harker (Fed Filadélfia)
-- Com informações da Bloomberg News.
