Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira, 4 de setembro

Investidores aguardam novos dados de emprego dos Estados Unidos antes do payroll, que ditará a magnitude do corte inicial de juros no país

Investidores se preparam para maior volatilidade em Wall Street
Por Bloomberg Línea
04 de Setembro, 2024 | 08:30 AM

Bloomberg Línea — Os investidores monitoram nesta nesta terça-feira (4) dados que possam indicar o desempenho da economia dos Estados Unidos e o rumo dos juros do Federal Reserve (Fed).

As atenções recaem hoje sobre o relatório de empregos JOLTs nos EUA, que deve mostrar uma nova desaceleração no mercado de trabalho, seguindo os dados de ontem que mostraram o quinto mês consecutivo de contração na atividade industrial.

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À medida que o foco do mercado se desloca da inflação para preocupações com o crescimento econômico, dados macro negativos estão cada vez mais se traduzindo em perdas para ações e demais ativos de risco.

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Por enquanto, os traders estão antecipando que o Federal Reserve começará a aliviar a política monetária em setembro e reduzirá as taxas de juros em mais de dois pontos percentuais completos nos próximos 12 meses — a maior queda fora de uma recessão desde a década de 1980.

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Os dados de empregos (payroll) que serão divulgados na sexta-feira são considerados cruciais para determinar a magnitude do corte inicial nos juros.

No Brasil, destaque para entrevista do ministro da Fazenda Fernando Haddad, na Globonews, às 8h30, horário de Brasília.

Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (4):

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1. PIB e Selic

O crescimento econômico do Brasil acelerou mais do que o esperado no segundo trimestre, impulsionado pelo forte consumo das famílias, o que eleva a perspectiva de aumentos nas taxas de juros no futuro próximo.

Dados oficiais divulgados na terça-feira (3) mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no período de abril a junho em comparação com o primeiro trimestre. O número superou todas as previsões da pesquisa da Bloomberg com analistas, que apontava para expansão de 0,9% – e veio acima do projetado por economistas no início do período.

Um aumento nos gastos das famílias, impulsionado por estímulos do governo, ajudou a proporcionar um crescimento robusto no primeiro semestre do ano. Mas isso também alimentou temores de que a maior economia da América Latina esteja superaquecendo.

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“O problema é que a economia está superaquecendo”, disse Alberto Ramos, economista-chefe da América Latina do Goldman Sachs Group Inc. “O crescimento não é saudável porque é alavancado por esteroides fiscais.”

2. Economia da China

A atividade no setor de serviços da China cresceu menos do que o esperado, segundo uma pesquisa privada, o que aumenta as preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.

O índice de gerentes de compras (PMI) de serviços da Caixin caiu para 51,6 em agosto, contra 52,1 no mês anterior, conforme um comunicado divulgado pela Caixin e pela S&P Global nesta quarta-feira. A previsão mediana dos economistas consultados pela Bloomberg era de 51,8. Qualquer leitura acima de 50 sugere uma expansão.

“A competição no setor ainda era acirrada, e impulsionar as vendas por meio de cortes de preços se tornou uma prioridade para as empresas,” disse Wang Zhe, economista sênior do Caixin Insight Group, em um comunicado. “As empresas pesquisadas adotaram uma abordagem cautelosa em relação à contratação para economizar custos, deixando o mercado de trabalho sob pressão.”

Os resultados acrescentam à imagem de uma economia em risco de estagnação. Dados oficiais publicados no fim de semana mostraram que as indústrias de serviços, de restaurantes a turismo, estavam próximas da contração durante o último mês de verão.

3. Mercados

Um recuo global de ativos de risco continua nesta quarta-feira (4), diante de temores sobre a economia dos Estados Unidos e após um selloff em ações de big techs na sessão anterior.

Na Europa, o índice Stoxx 600 cedia cerca de 1% por volta das 8h30 (horário de Brasília), em uma sessão volátil, com ações de tecnologia, como as da ASML Holding, sofrendo as maiores perdas.

Já nos EUA, os contratos futuros do S&P 500 recuavam 0,5% depois que o índice sofreu seu pior dia desde 5 de agosto. Fabricantes de chips asiáticos despencaram, acompanhando a queda da Nvidia na terça-feira (3), puxando o índice de ações da região para baixo em mais de 2%.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Mandado de prisão contra opositor na Venezuela exige posição mais firme do Brasil, afirmam analistas

Folha de S. Paulo: Mensagens mostram ordem de Moraes para endurecer contra o X e início de atrito com Musk

Valor Econômico: PIB reforça aposta de alta da Selic no Copom deste mês

O Globo: PIB forte eleva preocupação com inflação e pressiona Banco Central a iniciar alta dos juros

5. Agenda

Brasil:

  • 9h: Produção Industrial;
  • 10h: PMI Composto S&P Global;
  • 10h: PMI do Setor de Serviços S&P Global;
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro;

Estados Unidos:

  • 9h30: Balança Comercial;
  • 11h: Encomendas à Indústria;
  • 11h: Ofertas de Emprego JOLTs
  • 13h: GDPNow do Fed de Atlanta;
  • 15h: Livro Bege;
  • 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal API;

-- Com informações da Bloomberg News.