Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira, 23 de outubro

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Bloomberg Línea — Investidores nesta quarta-feira (23) acompanham a divulgação do Livro Bege com dados de atividade nos Estados Unidos e em declarações de membros do Federal Reserve (Fed). Resultados corporativos de grandes empresas como Starbucks, Boeing, IBM e Coca-Cola também repercutem.

Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (23):

1. Investidores apostam em corte do BCE

Os títulos europeus de curto prazo tiveram uma forte alta, à medida que os traders aumentaram suas apostas de que o Banco Central Europeu (BCE) reduzirá as taxas de juros em meio ponto percentual em dezembro, em uma tentativa de apoiar a economia enfraquecida do bloco.

O rendimento dos títulos alemães de dois anos caiu até oito pontos-base, para 2,10%, apagando o aumento desde segunda-feira, quando os mercados de títulos sofreram uma forte liquidação. Swaps indicam cerca de 45% de chance de uma redução de meio ponto na última reunião do BCE do ano, em contraste com a semana passada, quando apenas uma redução de um quarto de ponto era prevista.

Esses movimentos refletem o crescente apetite por títulos europeus, com muitos investidores preferindo a região em vez dos EUA, onde as perspectivas econômicas parecem mais robustas. Os traders estão precificando cortes de 25 pontos-base em todas as reuniões do BCE até junho, quase 20 pontos-base a mais do que o esperado para o Federal Reserve nesse mesmo período.

O ajuste para uma maior flexibilização do BCE ganhou força após a Reuters informar na quarta-feira que o banco central tem começado a debater se as taxas de juros devem ser cortadas abaixo do nível neutro, a um ponto em que estariam estimulando a economia. A inflação já está abaixo da meta de 2%, e a Alemanha, maior economia da Europa, está em recessão.

2. Bank of America dá conselho ao Fed

Brian Moynihan, CEO do Bank of America, sugeriu aos banqueiros do Federal Reserve que sejam cautelosos na magnitude dos cortes nas taxas de juros.

“Eles chegaram tarde ao jogo” ao aumentar os custos de empréstimos em 2022, disse Moynihan em uma entrevista à Bloomberg TV em Sydney, na quarta-feira, durante sua primeira viagem à Austrália. “Eles precisam garantir que não vão rápido demais agora” com os cortes.

O perigo para os banqueiros centrais é “irem rápido ou devagar demais, e esse risco é maior agora do que há seis meses”, disse o CEO do banco com sede em Charlotte, Carolina do Norte.

Os investidores reduziram as expectativas de cortes rápidos nas taxas nos EUA, e alguns membros do Fed indicaram que preferem reduções em um ritmo mais lento após realizarem no mês passado o primeiro corte desde 2020. Isso ocorre em meio a sinais de que a economia dos EUA continua robusta.

Moynihan, de 65 anos, é um dos CEOs com mais tempo no cargo entre os principais bancos americanos e já indicou sua intenção de permanecer na função nos próximos anos. Ele foi promovido a CEO em 2010, quando Wall Street saía da crise das hipotecas subprime, e tem guiado o banco durante a pandemia de covid-19 e a crise bancária que derrubou o Credit Suisse e o Silicon Valley Bank.

3. Mercados

As ações registraram pequenas movimentações para o território negativo em um dia cheio de divulgação de resultados corporativos, e os títulos caíram à medida que a perspectiva de cortes menos agressivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve continuou a pesar sobre os mercados.

Os futuros dos EUA apontaram para uma leve queda na abertura de Wall Street, com a ação da Starbucks em queda na negociação pré-mercado após retirar o guidance para 2025.

Os traders estarão atentos a possíveis surpresas de Tesla, Boeing, Coca-Cola e IBM, entre outras, após notícias consideradas desanimadoras de algumas empresas americanas na terça-feira. O índice de referência Stoxx 600 da Europa registrou uma leve queda.