Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira, 18 de setembro

Investidores monitoram de perto decisões e comunicados sobre as novas taxas de juros no Brasil e nos EUA

Sede do Banco Central
18 de Setembro, 2024 | 08:39 AM

Bloomberg Línea — Chegou finalmente a “Superquarta”, e, com ela, as esperadas decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Enquanto nos EUA a expectativa é a de uma redução nos juros, no Brasil, o mercado prevê que o Banco Central inicie o primeiro ciclo de alta da Selic desde agosto de 2022.

Leia também: Conheça as 500 pessoas mais influentes da América Latina e do Caribe de 2024

Os traders também estão à espera das decisões sobre a política monetária Reino Unido na quinta-feira (19) e do Japão no dia seguinte (20).

No Reino Unido, os preços ao consumidor subiram 2,2% em agosto em relação ao ano anterior, no mesmo ritmo de julho e abaixo da previsão do Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês).

PUBLICIDADE

Esse número provavelmente deve manter o banco central no caminho para um relaxamento adicional da política monetária ainda neste ano - mas não amanhã -, após ter reduzido as taxas pela primeira vez desde a pandemia em 1º de agosto, citando uma desaceleração da inflação subjacente.

Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (18):

1. O que esperar do Copom

O Banco Central deve iniciar o primeiro ciclo de alta da Selic desde agosto de 2022 com um aperto de 0,25 ponto percentual na taxa, atualmente em 10,50% ao ano.

O objetivo é levar a inflação em direção à meta de 3% e conter a desancoragem das expectativas para os preços, em um ambiente de contínuos receios fiscais, atividade econômica forte e câmbio depreciado.

A expectativa para o Copom é unânime entre os 30 economistas consultados em pesquisa da Bloomberg e está alinhada à sinalização recente dada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que uma elevação, se necessária, seria gradual.

A curva de juros futuros e as opções de Copom na B3 também apontam chance majoritária de que a Selic subirá para 10,75% ao ano.

“Altas são necessárias dados os sinais de superaquecimento da economia, mercado de trabalho apertado, crescimento alto dos salários e da renda real disponível das famílias”, disse Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs. Ramos também citou a desancoragem das expectativas e a significativa depreciação do real.

PUBLICIDADE

O mercado chegou a precificar a possibilidade de um aperto de 0,50 ponto percentual há algumas semanas em meio a discursos considerados mais duros do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir a autoridade monetária a partir de 2025.

2. Juros nos EUA

O Federal Reserve deve reduzir as taxas de juros nesta quarta, após manter os custos de empréstimos em um nível alto de duas décadas por mais de um ano. No entanto o tamanho da redução ainda é uma questão em aberto.

A maioria dos analistas prevê que o Comitê Federal de Mercado Aberto reduzirá as taxas em um quarto de ponto percentual, para uma faixa entre 5% e 5,25%, embora economistas do JPMorgan Chase (JPM) esperem um movimento maior, de meio ponto percentual. Investidores veem chances ligeiramente maiores do que 50% de um ajuste de meio ponto.

Novas projeções trimestrais divulgadas ao final da reunião de dois dias do banco central fornecerão mais insights sobre o caminho futuro para os custos de empréstimos e a economia.

Os investidores, em geral, veem um caminho mais agressivo de reduções neste ano do que a série de cortes de um quarto de ponto esperada pelos economistas.

Os mercados financeiros já precificaram mais de um ponto percentual completo de cortes antes do final do ano, o que implica pelo menos um corte de meio ponto nas reuniões que restam.

O presidente do Fed, Jerome Powell, precisará encontrar um equilíbrio na entrevista coletiva de imprensa entre suas próprias opiniões, as do comitê e a mensagem transmitida pelo chamado “dot plot” das projeções de taxas individuais — algo que pode se mostrar desafiador se as narrativas divergirem.

3. Mercados

Os futuros das ações dos EUA registraram pequenos ganhos nesta manhã enquanto um tom cauteloso se espalhava pelos mercados globais antes da decisão de taxa de juros do Federal Reserve.

Os investidores estão divididos sobre se o banco central dos EUA anunciará um corte de 25 ou 50 pontos base mais tarde nesta quarta-feira, com as probabilidades implícitas pelo mercado atualmente indicando uma chance de 55% para a redução maior.

Os contratos do S&P 500 subiram menos de 0,20%, com o índice de referência cerca de 0,50% abaixo de seu recorde de julho. O índice Stoxx 600 da Europa recuou. O dólar enfraqueceu, chegando próximo aos seus níveis mais baixos desde janeiro, enquanto os rendimentos do Tesouro aumentaram.

O barril do petróleo caiu após dois dias de alta, devido a sinais de estoques mais elevados nos EUA.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Ações contra Previdência devem custar R$ 132,6 bilhões à União

Folha de S. Paulo: Apostas são problema social que governo vai enfrentar, diz Haddad

Valor Econômico: Investimento federal atinge R$ 32 bi no acumulado do ano, o maior desde 2016

O Globo: Explosão de pagers matam 9 e ferem milhares em ataque ao Hezbollah

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Licenças de construção de casas novas (agosto)
  • 11h30: GDPNow do Fed de Atlanta
  • 15h: Reunião do Fed e decisão sobre as taxas de juros
  • 15h: Projeção de taxa de juros pelo Fed
  • 15h30: Entrevista coletiva de Jerome Powell

Brasil:

  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro
  • 18h30: Reunião do Copom e decisão sobre a taxa de Juros Selic

Zona do Euro:

  • 9h: Discurso de Elizabeth McCaul, membro do BCE

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.