Bloomberg — A China reduzirá o depósito compulsório dos bancos dentro de duas semanas e sinalizou que mais medidas de estímulo estão por vir, um anúncio antecipado incomum que ressalta a urgência crescente com que o governo do presidente Xi Jinping busca reforçar a economia e estancar perdas de US$ 6 trilhões do mercado de ações.
A alíquota do compulsório — que determina quanto dinheiro os bancos devem manter em reservas junto ao banco central — será reduzida em 0,5 ponto percentual em 5 de fevereiro para aumentar a liquidez de longo prazo do sistema financeiro em cerca de 1 trilhão de yuans (US$ 140 bilhões), informou Pan Gongsheng, governador do Banco Popular da China em fala à imprensa.
Normalmente, o banco central anuncia uma decisão do tipo em seu site. Mas dados econômicos preocupantes e a turbulência nas bolsas do país levaram as autoridades a intensificar a retórica esta semana.
Os comentários de Pan somam-se a promessas de outros órgãos após um apelo do primeiro-ministro Li Qiang para estabilizar o mercado.
“Anunciar antecipadamente um corte do compulsório sugere que não há outras ferramentas eficazes disponíveis para conter a queda do mercado”, disse Shen Meng, do banco de investimento Chanson, em Pequim.
O índice Hang Seng China Enterprises deu um salto de mais de 4% em Hong Kong após os comentários de Pan nesta quarta-feira (24), e teve o maior avanço de dois dias desde novembro de 2022. O yuan subiu no mercado offshore, revertendo perdas antes do anúncio.
Embora muitos economistas já esperassem um corte no compulsório em algum momento neste trimestre, não está claro até que ponto a medida irá mudar a situação.
Vários analistas veem a decisão como uma forma de suavizar a liquidez antes do feriado do Ano Novo Lunar, no próximo mês, embora o impacto mais amplo sobre a economia possa ser limitado.
“Um corte no compulsório ajuda o sentimento no sentido de que a atuação parece mais decisiva”, disse Kevin Net, chefe de ações asiáticas da Tocqueville Finance.
“Mas alguns investidores poderão usar isto como oportunidade de saída, com uma recuperação do mercado a curto prazo, a menos que haja mais políticas para resolver questões estruturais, como as do mercado imobiliário.”
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