CEO da L’Occitane desiste de fechar o capital e ações caem até 28%

A Bloomberg News revelou pela primeira vez em julho que o presidente da L’Occitane, Reinold Geiger, estava considerando um acordo para tornar a empresa privada

Loja da rede de cosméticos L'Occitane em Paris: empresa reavalia decisão de se tornar empresa privada (Foto: Benjamin Girette/Bloomberg)
Por Vinicy Chan - Manuel Baigorri
05 de Setembro, 2023 | 05:53 AM

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Bloomberg — A L’Occitane International sofreu a maior queda já registrada depois que seu presidente bilionário encerrou as deliberações sobre um possível acordo para tornar privada a empresa de cuidados com a pele, uma medida que se somaria a uma série de acordos de compra semelhantes em Hong Kong.

As ações chegaram a cair cerca de 28%, para HK$ 19,90 cada, em Hong Kong, quando as negociações foram retomadas na terça-feira. No fechamento, marcaram 17,27% de queda, a HK$ 23,00.

A empresa foi informada por seu acionista controlador, em 3 de setembro, que decidiu não prosseguir com a possível transação, disse em um documento enviado ao mercado. A empresa não informou sobre os motivos da decisão.

A Bloomberg News revelou pela primeira vez em julho que o presidente da L’Occitane, Reinold Geiger, estava estudando a possibilidade de um acordo visando tornar a empresa privada. Um veículo de investimento controlado em última instância por Geiger possui mais de 70% da L’Occitane, que tinha um valor de mercado de cerca de US$ 5,2 bilhões antes do anúncio de segunda-feira.

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Geiger tem conversado com consultores sobre a ideia de relistar a L’Occitane em uma bolsa de valores europeia já no próximo ano. A L’Occitane informou, em 11 de agosto, que seu acionista controlador estava considerando um acordo para tornar a empresa privada e, potencialmente, ofereceria pelo menos HK$ 26 por ação, embora a empresa ainda não tenha recebido uma oferta firme.

É provável que o anúncio seja uma surpresa para o mercado, pois sugere que há uma discrepância entre o acionista controlador e os acionistas minoritários em relação ao preço da oferta, escreveram os analistas do Jefferies Financial Group Inc., incluindo Anne Ling, em uma nota. Enquanto o negócio é encerrado, a administração pode buscar maneiras de aumentar o valor para os acionistas, disseram os analistas.

Onda de ofertas

Um fechamento de capital da L’Occitane teria se somado a uma série de negócios semelhantes em Hong Kong, uma vez que as avaliações das empresas continuam deprimidas.

A fabricante chinesa de salgadinhos Dali Foods Group recebeu uma proposta de privatização de seu acionista controlador em junho, e a empresa de cinema de tela grande Imax também está tentando assumir o controle total de seus negócios chineses listados.

A L’Occitane, com sede em Luxemburgo e Genebra, e seus financiadores levantaram US$ 787 milhões na oferta pública inicial da empresa em 2010. Ela foi listada em Hong Kong em um momento em que várias empresas de consumo ocidentais estavam buscando aumentar a exposição ao mercado de consumo de rápido crescimento na China.

Os investidores individuais de Hong Kong demandaram quase 160 vezes o número de ações da L’Occitane reservadas para eles, tornando-a uma das IPOs mais populares na época.

O portfólio da empresa inclui a L’Occitane en Provence, inspirada nos campos de lavanda do sul da França, e os produtos de beleza orgânicos Melvita. Ela também é proprietária da linha Elemis de cremes de colágeno, bem como da linha Grown Alchemist de soros antienvelhecimento e da marca coreana de cuidados com a pele Erborian.

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