Carry trade perde apelo com volatilidade e cenário de corte de juro, diz JPMorgan

Analistas do banco de Wall Street apontam perdas recentes em operações em que investidores tomam emprestado em moedas de juro baixo para apostar em outras com retorno maior

People gather at Zocalo Plaza ahead of an election night rally for Claudia Sheinbaum
Por Malavika Kaur Makol
14 de Junho, 2024 | 09:20 AM

Bloomberg — A atratividade das operações de carry trade de moedas pode diminuir no longo prazo devido ao aumento da volatilidade e à perspectiva de um relaxamento da política monetária conduzida pelo Federal Reserve, de acordo com analistas do JPMorgan Chase.

As cestas de carry trade - em que investidores tomam recursos emprestados em moedas de baixo rendimento e investem em moedas de retorno mais alto - registraram perdas significativas no mês passado, escreveram analistas, incluindo Meera Chandan, em um relatório.

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Eles também apontaram preocupações com relação ao lado mais resiliente do comércio envolvendo as moedas do Grupo dos 10 (G10), que reúne dez das maiores economias do Ocidente.

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“Em última análise, as forças contra o carry cambial global estão se multiplicando”, escreveram os analistas. As possíveis perdas surgirão “se o abrandamento da inflação dos EUA for confirmado e seguido por um Fed dovish no futuro”.

Retornos de índices de carry trade envolvendo moedas de economias emergentes passaram a cair nas últimas semanas

Traders têm buscado novos bolsões de retorno no mundo, já que a volatilidade aumentou depois que os resultados das eleições surpreenderam os mercados do México à Índia.

Os retornos do índice de carry trade peso mexicano-iene registraram a maior queda semanal desde o início da pandemia, depois que Claudia Sheinbaum saiu vitoriosa nas eleições do México no início deste mês com uma ampla maioria no Congresso, maior do que a estimada nas pesquisas.

“De modo geral, o cenário de longo prazo para o FX carry está comprometido, mesmo para o G10, se o número de cortes do Fed previstos para este ano e para o início do próximo ano aumentar”, escreveram os analistas.

“No entanto não descartamos a possibilidade de ganhos moderados no curto prazo se a poeira baixar nos mercados emergentes e sempre que as divulgações dos EUA surpreenderem positivamente.”

-- Com a colaboração de Marcus Wong.

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