Gigante de chocolates consegue vender mais apesar de preço recorde do cacau

Empresa suíça Barry Callebaut informou receita que superou estimativas dos analistas, enquanto os volumes aumentaram, mesmo em um ambiente desafiador de custos crescentes

chocolate hp social
Por Paula Doenecke
10 de Abril, 2024 | 03:46 PM

Bloomberg — As ações da Barry Callebaut, que fornece algumas das maiores marcas de chocolate para consumidores, resgistraram o maior aumento em oito anos, indicando que a empresa tem enfrentado bem a crise de cacau que abalou o mercado.

Os contratos de cacau têm registrado forte alta este ano, à medida que colheitas ruins na África Ocidental indicam que o mercado global deve ter o terceiro ano consecutivo de produção abaixo da demanda.

A Barry Callebaut conseguiu lidar com esse aumento de preços — bem como com a inflação de forma geral — por meio de seu modelo de precificação de custo acrescentado de margem de lucro para a maior parte de seus negócios.

Na quarta-feira (10), a empresa suíça informou uma receita que superou as estimativas dos analistas no primeiro semestre, enquanto os volumes aumentaram, mesmo em um ambiente desafiador de custos crescentes. A empresa manteve o guidance, que prevê volumes de vendas estáveis neste ano fiscal, e afirmou estar “bem coberta e bem posicionada” para garantir suprimentos.

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As ações subiram até 10% em Zurique, o maior ganho desde 2016, antes de reduzir parte do avanço.

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Os resultados são “reconfortantes, dados os problemas sem precedentes no mercado devido ao aumento dos preços do cacau, bem como a intensa reestruturação em andamento” e destacam o crescimento de volume positivo como um sinal saudável para a oferta de produtos da empresa, disse o analista da Vontobel, Jean-Philippe Bertschy.

Os custos mais altos de matéria-prima podem levar meses para se refletir nos preços dos produtos finais, então os efeitos da escassez de cacau podem continuar a surgir ao longo do ano.

Os contratos de clientes da Barry Callebaut geralmente permitem que a empresa repasse os custos mais altos para a maioria de seus produtos — acrescentado de uma margem previamente acordada.

A empresa continua lucrando com a venda de grãos e chocolate de seus estoques, mas relatou fluxo de caixa negativo de 1,12 bilhão de francos suíços devido aos efeitos de preço sobre o capital de giro.

A Barry Callebaut disse no início deste ano que garantiu financiamento adicional, incluindo um bond de 600 milhões de francos, o que ajudou a mitigar requisitos de caixa mais elevados na obtenção de matéria-prima.

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A empresa anunciou uma estratégia de transformação há um ano, que incluía redução de custos em toda a empresa. No entanto, o plano também implica custos de implementação, e essas despesas levaram a uma queda de mais de 40% no lucro antes de juros e impostos, disse a empresa nesta quarta.

Embora as ações tenham caído cerca de um terço nos últimos 12 meses, o investidor Artisan Partners Asset Management recentemente aumentou sua participação, dizendo que a empresa está “bem capitalizada” e pode se beneficiar posteriormente de uma maior participação de mercado.

As vendas subiram 11% em relação ao ano anterior, para 4,6 bilhões de francos suíços (US$ 5,1 bilhões), superando a estimativa média de 4,4 bilhões de francos.

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