Bloomberg — O Bradesco projeta que o Banco Central irá manter o ritmo de aperto monetário em 0,50 ponto percentual, divergindo da aposta majoritária de operadores e economistas, que esperam uma aceleração da alta de juros para até 1 ponto percentual.
“Uma aceleração do ritmo não resolverá os problemas que nos trouxeram até aqui”, diz o banco, em relatório assinado por Fernando Honorato, diretor de pesquisas e estudos econômicos da instituição.
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“A essa altura, não há nada que o Banco Central possa fazer para impedir que a inflação dos próximos meses seja pressionada pelo repasse do câmbio, pela elevação dos preços de proteínas e pela deterioração das expectativas.”
De acordo com o relatório, um eventual choque de juros irá somente ampliar a volatilidade do PIB e, também, “agravar o equilíbrio de riscos na economia, sem que haja ganhos substanciais para a inflação”.
A serenidade, a persistência e a convergência gradual ao ritmo de 0,50 ponto percentual “ainda parecem a melhor escolha para lidar com o momento peculiar e com a incerteza que vivemos”, disse o Bradesco.
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Segundo a atual precificação da curva de juros, operadores embutem chance majoritária de uma alta de 1 ponto percentual pelo Copom de quarta-feira (11).
De acordo com pesquisa Bloomberg com 31 economistas, a mediana das estimativas aponta para um aperto de 0,75 ponto percentual. Casas como Itaú Unibanco, JPMorgan, Goldman Sachs e XP estão na ponta mais hawkish, prevendo uma elevação de 1 ponto.
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