Bradesco Asset vê ‘assimetria muito grande’ no mercado e aposta em juro real

Fernando Monteiro, superintendente dos fundos multimercado da gestora, diz à Bloomberg News que os ganhos da posição aplicada em juros reais podem ser robustos em 12 a 24 meses

Prédio do Bradesco em São Paulo
Por Felipe Saturnino
11 de Junho, 2024 | 11:29 AM

Bloomberg — A Bradesco Asset Management enxerga uma oportunidade de ganhos para seus fundos multimercado com a queda dos juros reais do Brasil, dado que as taxas avançaram com as equivalentes globais em meio ao processo de desinflação mais lento e diante de incertezas domésticas do lado fiscal e monetário.

“Existe uma assimetria muito grande”, disse Fernando Monteiro, superintendente dos fundos multimercado da Bradesco Asset, à Bloomberg News. “Pelo timing do mercado, o melhor é se posicionar em juro real em vez das implícitas, que já tiveram uma correção importante.”

PUBLICIDADE

As taxas reais são aquelas que descontam a inflação, enquanto a inflação implícita é expressa pelo diferencial entre os juros nominais e os juros reais embutido nos títulos públicos.

Leia mais: Legacy diz que ações do Brasil operam com desconto e mantém posição comprada

Para Monteiro, os ganhos da posição aplicada - que se beneficia com a queda das taxas - em juros reais podem ser “robustos”, no caso de um cenário com “aceleração da inflação para 2025 e um Banco Central não tão conservador” na condução da política monetária.

PUBLICIDADE

A convicção é a de que a perspectiva de ganho dessa estratégia é bem favorável para os próximos 12 a 24 meses, disse Monteiro.

Os juros pagos pelos títulos públicos que acompanham a inflação, as NTN-Bs, já estão muito elevados, disse Monteiro. Por isso, a preferência da BRAM é por NTN-B de vencimentos intermediários, disse. Ele acredita que esse “estresse” deve afetar a demanda por esses papéis, mas que se trata de questão conjuntural.

Leia mais: Política fiscal de Lula manterá a taxa de juros elevada, diz Rubens Ometto

PUBLICIDADE

A BRAM também adota posição que lucra com a queda dos juros futuros de curto prazo na B3.

A estratégia da gestora do Bradesco possui, ainda, posições que consomem menos risco em moedas, com apostas que se beneficiam da recuperação da China. Os fundos estão comprados em iene japonês, dólar neozelandês e dólar australiano, e vendidos em libra e dólar canadense.

Veja mais em Bloomberg.com