Bloomberg — Uma das principais gestoras independentes brasileiras antevê um boom de fusões e aquisições entre empresas, à medida que o país se aproxima do fim de um ciclo de afrouxamento monetário após um longo período de juros mais altos.
A Vinland Capital, gestora responsável por R$ 14 bilhões em ativos, acredita que esse tipo de negócio, conhecido pela sigla em inglês M&A, vai se intensificar nos próximos meses, disse Humberto Meireles, sócio e integrante da equipe de gestão de equities.
Meireles disse ver espaço sobretudo nos setores de finanças, saúde e varejo, em que há um conjunto de empresas que sofreram mais durante o aperto monetário e companhias com alto grau de alavancagem.
“Esse boom de M&A só vai se intensificar adiante”, afirmou. “Várias empresas saíram ‘machucadas’, com cicatrizes do ciclo [de aperto] monetário e outras nem tanto - e essas mais fortalecidas vão aproveitar o momento para novos investimentos”, afirmou em entrevista à Bloomberg News.
O mercado tem demonstrado os primeiros sinais de fortalecimento dos M&As.
Além do negócio bilionário entre Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3), uma série de empresas começou a se movimentar, como na proposta ainda em estudo para unir parte das operações de 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3); a tentativa de Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) para fechar o capital da Cielo (CIEL3); e a ofensiva, até aqui frustrada, da Eneva (ENEV3) sobre a Vibra (VBBR3), que ainda mira em térmicas da Eletrobras (ELET3; ELET6).
A Vinland tem como foco na bolsa posição levemente comprada (aposta na alta) em utilities, segundo boletim semanal divulgado nesta terça-feira (19).
Na estratégia macro, a Vinland disse estar vendida (aposta na queda) em dólar contra o real.
Em juros, a gestora está posicionada em queda das taxas de curto prazo no Brasil, por meio de estruturas de opções.
A Vinland avaliou que o BC pode alterar a sinalização dos próximos passos e deixar de indicar plural no “forward guidance”, passando a mencionar flexibilização de “mesmo ritmo na próxima reunião”.
“Mas essa mudança não significa que o BC irá necessariamente diminuir o passo de cortes de juros à frente”, disse a Vinland no boletim, ao avaliar que o cenário de inflação deve se mostrar mais benigno.
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