BlackRock planeja novos ETFs para seguir ações de big techs. Ou para evitá-las

A nova estratégia da gestora ocorre em um momento de intenso debate sobre o risco de concentração no mercado de ações

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Bloomberg — A BlackRock (BLK) planeja lançar um trio de fundos de índice (ETFs) que permitiria aos investidores apostar nas maiores empresas de tecnologia - ou evitá-las completamente.

Na quarta-feira (7), a maior gestora de ativos do mundo apresentou um pedido de registro para o ETF iShares Nasdaq Top 30 Stocks, bem como para o ETF iShares Top 20 U.S. Stocks, que, se lançados, ofereceriam exposição às maiores ações dentro do indicador de tecnologia e do S&P 500, respectivamente.

A empresa também apresentou documentação para o iShares Nasdaq-100 ex Top 30, que acompanharia um índice composto pelas maiores empresas por valor de mercado do índice Nasdaq 100.

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Esse fundo permitiria aos investidores capturar o boom das empresas de tecnologia relativamente menores, evitando as grandes do setor.

Os pedidos da BlackRock junto à SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, ocorrem em um momento de intenso debate sobre o risco de concentração do mercado de ações, que vem se formando à medida que apenas um grupo de ações - as chamadas “Sete Magníficas” - lideraram a alta no primeiro semestre do ano.

As sete empresas - Tesla (TSLA), Apple (AAPL), Meta (META), Nvidia (NVDA), Alphabet (GOOGL), Amazon (AMZN) e Microsoft (MSFT) - foram responsáveis pela maior parte dos ganhos no S&P 500 e no Nasdaq 100, o que provocou temores de que essas mesmas empresas também poderiam derrubar o mercado quando fossem vendidas, algo que se mostrou verdade nos últimos dias.

“Isso mostra a dicotomia da concentração no mercado”, disse Athanasios Psarofagis, analista de ETFs da Bloomberg Intelligence. “O investidor está apostando tudo em alguns nomes ou evitando-os completamente.”

Alta de tech

As ações de tecnologia se destacaram no primeiro semestre do ano, com o Nasdaq 100 registrando ganhos de dois dígitos até o final de junho, graças à alta de empresas como Nvidia e Microsoft, bem como outras ligadas à inteligência artificial (IA).

No último mês, entretanto, essas empresas sofreram algumas das maiores quedas em um amplo selloff, que também arrastou outras classes de ativos.

Durante a recuperação do primeiro semestre, muitas estratégias ligadas às big techs se tornaram populares entre os investidores.

O ETF Roundhill Magnificent Seven (MAGS), por exemplo, registrou entradas saudáveis, disse Todd Sohn, estrategista de ETF da Strategas.

Os ativos do fundo, que oferece exposição às sete maiores empresas de tech, aumentaram de US$ 35 milhões no início do ano para cerca de US$ 600 milhões.

“Parece que os emissores estão: a) se inclinando para o aspecto da concentração ou b) tentando oferecer soluções que se afastem disso, e a iShares, por ser a líder em ETFs, está lá para oferecer qualquer solução que os investidores queiram”, disse Sohn, referindo-se à unidade de ETFs da BlackRock.

Além do MAGS, outros produtos negociados em bolsa oferecem variações da exposição a grandes nomes da tecnologia.

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O Direxion Daily Concentrated Qs Bull 2X Shares (QQQU) e o Direxion Daily Concentrated QS Bear 1x Shares (QQQD) oferecem desempenho alavancado e inverso de um índice que acompanha as Sete Magníficas, enquanto dois outros ETFs da REX Shares oferecem exposição ao índice NYSE FANG+.

A Invesco, por sua vez, tem um ETF S&P 500 Top 50 que recebeu investimentos de US$ 1,3 bilhão este ano.

Embora já existam produtos que exploram o tema de tecnologia, ainda há espaço para novos, disse Dave Mazza, CEO da Roundhill Investments, que administra o MAGS.

“Sempre que há o sucesso de um produto, outros provedores de fundos buscam como podem entrar nesse espaço”, disse ele. “Ser preciso é benéfico, mas há espaço para pessoas que buscam medidas diferentes de precisão.”

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