Bloomberg — É improvável que a revisão das ações que compõem o índice Nasdaq 100 resolva o desafio imposto pela alta concentração dos papéis das big techs. Essa é a visão de estrategistas do Goldman Sachs.
Mesmo após a mudança, o índice permanecerá “concentrado demais” nas grandes empresas de tecnologia para conseguir se enquadrar nas regras de diversificação de fundos mútuos, que tiveram retornos limitados neste ano por não poderem embarcar no rali das ações de tecnologia com a mesma liberdade que os fundos considerados especulativos, disseram os estrategistas, liderados por David J. Kostin.
O Goldman espera que os pesos da Nvidia e da Microsoft sofram os maiores cortes na revisão que deve entrar em vigor em 24 de julho, enquanto a Apple deve retornar à sua posição anterior como ação de maior peso. O peso das sete maiores ações será reduzido de 56% para 44%, estima o banco.
“Em vez da revisão, esperamos que durante os próximos seis meses será o crescimento dos lucros, os valuations e o ambiente macro que influenciarão os retornos do Nasdaq e suas maiores ações”, disseram os estrategistas.
O Nasdaq 100 teve um salto recorde no primeiro semestre, alimentado pelo boom da inteligência artificial e pelas apostas de que o aperto monetário está chegando ao fim nos EUA. Espera-se também que a revisão do índice reduza o peso da Alphabet, da Amazon e da Tesla.
O desempenho das maiores ações e seu peso forte nos índices de referência forçaram os fundos mútuos a dar menos peso a elas para se enquadrarem nas regras de diversificação, de acordo com Kostin. Isso, por sua vez, prejudicou os retornos, com apenas 31% dos grandes fundos mútuos superando seus benchmarks neste ano, disse.
A SEC, que regula os valores mobiliários nos EUA, impõe regras de diversificação aos fundos mútuos voltados para o público em geral para proteger os pequenos poupadores de exposição excessiva a algumas poucas ações.
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