Bloomberg — O banco japonês Sumitomo Mitsui (SMBC) iniciou uma mesa de distribuição de títulos e planeja estruturar securitizações no Brasil como parte de um plano de expansão para abocanhar uma fatia maior do crescente mercado de dívida local.
O banco planeja começar a estruturar produtos como CRIs, títulos lastreados em ativos, para aproveitar o mercado crescente e as fortes perspectivas de investimentos em infraestrutura no Brasil, de acordo com Luciana Massaad, chefe de mercados de capital de dívida no país, em entrevista à Bloomberg News.
Adriana Madarás acaba de ser contratada como responsável pela área de distribuição de renda fixa, disse Massaad.
“No momento estamos dando pequenos passos e coordenando a emissão de títulos simples”, disse Massaad em uma entrevista. “Mas quanto mais produtos desenvolvermos, mais oportunidades poderemos aproveitar.”
O SMBC, que está se expandindo por toda a América Latina, iniciou o negócio de coordenação na emissão de títulos de dívida local no Brasil no ano passado e concluiu quatro transações.
Em setembro, o banco sediado em Tóquio contratou Joaquim Marques, que agora comanda o banco corporativo e de investimento do Brasil, e Juan Francisco Toro, CEO da unidade de negócios financeiros não-bancários no México.
O Sumitomo também tem escritórios de representação no Chile, Colômbia e Peru.
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O volume de emissão de títulos de infraestrutura local no Brasil mais que dobrou em fevereiro, para um recorde para o mês de R$ 12,8 bilhões.
O total de R$ 25,9 bilhões no ano ultrapassou o primeiro trimestre de 2024, de acordo com a Anbima, a associação nacional de mercados de capitais.
As vendas de títulos locais quase dobrou para um recorde de R$ 502,8 bilhões no ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
“Sempre tivemos CEOs japoneses nas Américas e ainda temos porque eles são um grande apoio para nós”, disse Carl Adams, sub-responsável pelas Américas e responsável pela América Latina.
“Mas nos últimos anos também estamos contratando CEOs locais que estão fazendo parcerias com expatriados japoneses para descobrir como podemos maximizar o valor de cada negócio.”
A ideia é contratar mais executivos para atender a região, incluindo especialistas em fusões e aquisições, “alavancando nossa expertise em financiamento de projetos de infraestrutura de energia para criar uma plataforma multiproduto”, disse Adams.
O banco também está montando uma operação global de gestão de recursos de terceiros e tem joint ventures e um fundo local na Colômbia. E está construindo uma no México, também com um fundo local, enquanto discute a criação de fundos individuais específicos com parceiros interessados no Brasil.
“Vemos um enorme potencial de crescimento nos produtos em moeda local em toda a região”, disse Adams.
O banco é muito ativo em derivativos e mercados de capital de dívida internacional e tem um pipeline de negócios no lado do financiamento de aquisições, de acordo com Marques.
A SMBC Nikko Securities America, unidade de corretagem, trading e banco de investimento, estava entre os coordenadores líderes de uma emissão de títulos de US$ 1 bilhão pela Raízen, uma empresa brasileira de bioenergia, em fevereiro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
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Com R$ 2,1 bilhões em patrimônio líquido e ativos totais de R$ 12,5 bilhões em sua unidade bancária brasileira, o SMBC tem US$ 10 bilhões em exposição total ao Brasil, de acordo com Achilles Suarez, CEO da unidade brasileira do banco.
O banco tem cerca de 350 clientes japoneses, 75 empresas brasileiras e multinacionais e cerca de 30 bancos, e a meta é expandir sua base de clientes no Brasil adicionando de 30 a 40 novos clientes por ano.
“Vamos aumentar o número de multinacionais, fundos de private equity, fundos de pensão, fundos soberanos, family offices sofisticados — essas são prioridades fundamentais para nós”, disse Marques.
A Jefferies, que abriu seu primeiro escritório no Brasil em 2023, também está colaborando com a unidade brasileira do Sumitomo na oferta de crédito e produtos relacionados a crédito para seus clientes locais como parte de seu relacionamento global com o banco, segundo disse em julho.
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