Bloomberg Línea — A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (26) pelo Banco Central (BC), reforça a sua visão sobre a “necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.
Alguns economistas de mercado apontam que esse trecho indica uma nova postura mais cautelosa do BC, em linha com a indicação do comunicado da decisão da semana passada de indicar um novo corte de 0,50 ponto percentual em mais uma reunião, e não no plural nas “próximas”, como antes indicado. A taxa Selic caiu de 11,25% para 10,75% ao ano no encontro na quarta (20) passada.
Segundo o comitê do Banco Central, a conjuntura atual “demanda serenidade e moderação na condução da política monetária” até o processo de desinflação se consolidar.
“O cenário-base de inflação e atividade econômica não divergiu substancialmente do que se previa. Nota-se resiliência na atividade com dinamismo no mercado de trabalho. Tanto a renda quanto o crédito têm se comportado de forma a atenuar a desaceleração da atividade no período recente, sustentando a visão de que o cenário segue sendo de desaceleração gradual”, afirmaram os integrantes do BC.
“Já no mercado de trabalho, a ênfase se deu na aceleração de rendimentos e da massa salarial, reforçando o diagnóstico de um mercado de trabalho dinâmico. Dada a dificuldade de uma conclusão assertiva sobre as defasagens entre o mercado de trabalho e a atividade econômica, o Comitê seguirá acompanhando os dados em profundidade.“
O documento destacou que a decisão sobre a redução da Selic em 0,50 ponto percentual na última reunião do Copom foi unânime, o que colocou a taxa de juros do Brasil a 10,75% ao ano, ressaltando que a decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025″.