Ata do Copom, CPI nos EUA e balanço do Itaú: 5 eventos do mercado na semana

Investidores buscam no documento da reunião do BC na semana passada novas pistas sobre o esperado ciclo de redução das taxas de juros, agora em 13,25% ao ano

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil
Por Josue Leonel
06 de Agosto, 2023 | 03:01 PM

Bloomberg — As apostas de parte do mercado em uma eventual aceleração do ritmo de corte da Selic devem ser testadas com a divulgação da ata da última reunião do Copom e do IPCA do mês de agosto.

No exterior, a divulgação do CPI americano de julho baliza as expectativas sobre juros do Fed, enquanto a China divulga a balança comercial.

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O resultado financeiro do Itaú Unibanco no segundo trimestre e a oferta subsequente para a privatização da Copel movimentam investidores na bolsa. Veja abaixo 5 destaques da semana que começa:

1. Ata do Copom

O mercado de juros afinará as apostas futuras nesta terça-feira (8) com a ata da última reunião do Copom, que surpreendeu parte do mercado ao cortar a Selic em 0,50 ponto percentual.

Apesar de o BC ter indicado continuidade do ritmo, a curva já precifica uma chance, ainda que minoritária, de aceleração do corte para 0,75 ponto.

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“Depois de um comunicado lido como dovish, é provável que o BC use um tom um pouco mais duro na ata, possivelmente aludindo a riscos associados ao aumento da aversão ao risco global e jogando o foco na resiliência da inflação de serviços”, disse Adriana Dupita, da Bloomberg Economics.

Segundo ela, um ponto de interesse de investidores e economistas serão os argumentos dos votos para a decisão dividida, dados que os integrantes do Copom divergiram em um placar de 5 a 4.

2. IPCA de julho

Após a divulgação da ata do Copom, os juros devem reagir na sexta (11) ao IPCA de julho, que deve vir próximo de zero, segundo as estimativas dos economistas. O indicador em 12 meses, no entanto, deve subir no terceiro trimestre, inclusive em julho, à medida que começa a sair do índice acumulado a forte deflação no mesmo período de 2022, derivada de cortes de impostos, segundo a Bloomberg Economics.

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“A métrica principal a ser monitorada são os serviços”, disse Dupita. O mercado ainda acompanha potencial redução das projeções de Selic na pesquisa Focus e indicadores como o IBC-Br de junho, as vendas no varejo, a pesquisa de serviços, todos referentes a junho, além do IGP-DI de julho.

3. Inflação nos EUA

As expectativas sobre os juros do Fed serão balizadas por nova bateria de dados, com destaque para o CPI (Índice de Inflação ao Consumidor) americano de julho, que testará a reversão da alta dos yields na sexta (4) com os dados do payroll menores que o previsto.

O CPI, que sai na quinta (10), deve mostrar uma inflação mensal de 0,2%, igual à de junho, mas com aceleração na comparação ano a ano de 3,0% em junho para 3,3% em julho.

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O PPI (Índice de Preços ao Produtor) e discursos de dirigentes do Fed como Raphael Bostic e Patrick Harker também podem mover os ativos.

Na Ásia, o BC da Índia decide sobre juros, enquanto os preços de commodities como o minério de ferro podem reagir a dados da balança comercial e da inflação na China. Os bancos centrais do México e Peru também se reúnem na semana e devem manter as taxas inalteradas.

4. Reforma ministerial e PAC

Mudanças nos ministérios podem ser anunciadas nesta semana, com a intenção de construir uma maioria no Congresso para “atender aos interesses da sociedade”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Partidos de centro e de direita têm cobrado ministérios para votar pautas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária, segundo jornais.

Lula deve lançar na próxima sexta (11) o novo PAC, que “tem a questão da transição energética que vai favorecer a produção de energia mais barata e sustentável”, segundo o presidente.

Outro evento: o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, falará sobre juros no Senado dia 10.

5. Resultados do Itaú e oferta da Copel

A semana que começa concentra a maior fatia dos balanços da temporada do segundo trimestre, com destaque para o Itaú (ITUB4) na segunda-feira, além dos resultados de Banco do Brasil (BBAS3), BTG Pactual (BPAC11), Eletrobras (ELET3, ELET6), Braskem (BRKM5), B3 (B3SA3) e Light (LIGT3) nos dias seguintes.

A oferta subsequente de ações com que a Copel pretende pulverizar seu capital também concentrará as atenções, já que marca a privatização da companhia de energia do Paraná e pode movimentar até R$ 5 bilhões, com base no preço de fechamento de 24 de julho. A definição de preço da oferta será na terça-feira.

- Com a colaboração de Simone Iglesias.

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